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Prefeitura do Rio amplia parceria com a NASA para monitorar riscos de desastres

Firmada originalmente em 2015, a parceria foi renovada por mais cinco anos e gerará ainda uma aplicação que permitirá emitir alertas de qualidade do ar

Marcelo Calero, Secretário de Integridade Pública
Marcelo Calero, Secretário de Integridade Pública -
Rio - O Rio de Janeiro ganhará um modelo de previsão de inundações urbanas que permitirá à prefeitura se antecipar às consequências de eventos climáticos extremos, ampliando seu poder de resposta. O modelo, que abastecerá de informações o Centro de Operações Rio, é um dos projetos previstos dentro da renovação do acordo de cooperação institucional do município com a agência espacial americana NASA.

Firmada originalmente em 2015, a parceria foi ampliada por mais cinco anos e gerará ainda uma aplicação que permitirá emitir alertas de qualidade do ar. Atualmente em desenvolvimento por técnicos da NASA e do Instituto Pereira Passos (IPP), as aplicações devem estar em operação no segundo semestre deste ano.

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, comemorou a ampliação do acordo: "Estamos entusiasmados em ver mais colaborações e sucesso nos próximos cinco anos dessa parceria entre a cidade do Rio e a NASA que literalmente salva vidas".
Para o diretor do Programa de Ciências Aplicadas da Divisão de Ciências da Terra da NASA, Lawrence Friedl, o trabalho conjunto entre o Rio e a NASA tem sido fundamental para compreender como a ciência e a geociência podem ajudar a governar uma cidade de maneira mais humana. "Vamos continuar trabalhando pelos próximos cinco anos compartilhando modelos, informações e dados que contribuam para a melhoria da gestão urbana do Rio", afirmou.
O secretário municipal de Governo e Integridade Pública, Marcelo Calero – que representou o prefeito Eduardo Paes – destacou a importância da parceria como ferramenta para enfrentar os inúmeros desafios apresentados pela cidade, sobretudo na redução de riscos de desastres. "Esse acordo é crucial para que a cidade possa antecipar ações com o objetivo de evitar tragédias, mitigar as consequências dos desastres naturais e gerenciar os impactos das mudanças climáticas. Tenho certeza que nos próximos cinco anos nós fortaleceremos a nossa cooperação e consolidaremos esta parceria como um modelo a ser seguido por outros".
O secretário municipal de Planejamento Urbano e presidente do Instituto Pereira Passos, Washington Fajardo, também reforçou a importância da troca de experiências entre a cidade e a agência espacial norte-americana. "Esse é um momento muito especial para o IPP: a possibilidade de continuar avançando numa área de inovação e de produção de conhecimento relevante não apenas para o Rio, mas para o fenômeno da urbanização em todo o planeta".
Inovação
O novo modelo de inundações urbanas será o primeiro neste nível de detalhe desenvolvido pela equipe da NASA e será alvo de transferência da tecnologia e conhecimento para a equipe e a infraestrutura de dados do Rio de Janeiro, através do Sistema de Informações Urbanas (SIURB) da cidade. Já para o modelo de previsão da qualidade do ar, os cientistas da NASA partiram de modelos de previsão da qualidade do ar existentes – na escala global - e combinaram os resultados do modelo com dados da rede de monitoramento do ar da cidade, trazendo resultados mais precisos na escala local. Agora, em colaboração com as autoridades locais, os técnicos estão desenvolvendo ferramentas que proporcionarão acesso fácil às informações sobre a qualidade do ar.
Nos próximos cinco anos, além dos modelos operacionais já citados, as equipes da Prefeitura e da NASA planejam avançar na propagação da ciência nas escolas locais e para o público em geral.
Pensado com o objetivo de compartilhar dados, modelos e conhecimentos científicos e operacionais, o acordo institucional permitirá ainda que técnicos do IPP e da NASA possam aperfeiçoar o modelo Avaliação de Perigos de Deslizamento para Consciência Situacional (LHASA Rio), que monitora os riscos de deslizamentos de terra na cidade.
Usado pelo Centro de Operações Rio, o LHASA foi o resultado mais expressivo do trabalho conjunto das instituições nos primeiros cinco anos de acordo. O Rio foi a primeira implementação local e operacional do modelo global de deslizamento de terra da NASA. Hoje, o modelo é usado pelo Centro de Operações Rio como um dos seus gatilhos para decidir se a cidade muda seu nível operacional durante eventos de chuva.
A cientista e pesquisadora da NASA, Dalia Kirschbaum, destacou a importância da união de esforços entre a cidade e a agência espacial. "Essa experiência inovadora é fundamental porque o Rio de Janeiro está servindo como modelo para outras aplicações diretas das ciências da terra da NASA em diversas outras cidades e países".
Para o coordenador de Informações Técnicas da Cidade do Instituto Pereira Passos, Felipe Mandarino, a parceria – por meio dos projetos de modelagem e estudos de caso – traz resultados aplicáveis que ampliam a capacidade de adaptação da cidade às mudanças climáticas. "Nosso grande objetivo com essa transferência de tecnologia, conhecimento e informação é impactar de maneira positiva e direta na vida dos cariocas".