OAB-RJ pede prioridade em investigação dos assassinatos das primas Emily e Rebecca baseada na Lei Ágatha

As meninas brincavam na porta de casa, ao lado das mães que conversavam, quando policiais militares tentaram abordar duas pessoas que estavam em uma motocicleta

Primas, Emily e Rebeca foram mortas quando brincavam na porta de casa
Primas, Emily e Rebeca foram mortas quando brincavam na porta de casa -
Rio - A Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, por meio de uma petição enviada à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) nesta terça-feira, pede prioridade em investigação das mortes das primas Emily Victória Silva dos Santos, de 4 anos e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, de 7, baseada em lei estadual. O crime aconteceu na comunidade do Barro Vermelho, em Jardim Gramacho, em Duque de Caxias.
Emily Victória e Rebeca Beatriz brincavam na porta de casa, ao lado das mães que conversavam, quando policiais militares tentaram abordar duas pessoas que estavam em uma motocicleta. 
Na petição, a qual o MEIA teve acesso, os membros da Comissão de Direitos Humanos pediram prioridade baseados na Lei Ágatha, aprovada em 2021 pela Alerj. 
No texto da lei 9.180/21, é escrito que há "garantia de prioridade na tramitação dos procedimentos investigatórios que visem à apuração e responsabilização de crimes contra a vida e outros crimes com resultado morte, inclusive na modalidade tentada, que tenham como vítimas crianças e adolescentes" no Estado do Rio de Janeiro.
Essa é a primeira vez que recorrem essa lei para pedir prioridade em casos de crimes contra crianças vitimas de bala perdida.
A Polícia Civil segue investigando o crime, mas ainda não há uma data para acontecer uma reconstituição do crime. A Defensoria Pública e a Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ acreditam que uma reprodução simulada das mortes pode ajudar a solucionar o caso.
Laudo
A análise feita na bala encontrada no corpo de Rebeca diz que o laudo é "inconclusivo". De acordo com uma reportagem do RJ2, da TV Globo, o resultado exclui a possibilidade da bala ter saído de um fuzil com calibre 556. De acordo com o documento, o fragmento é compatível a um fuzil 762, mas não é possível afirmar o calibre da munição.
Para a análise, seis fuzis foram apreendidos: 4 de calibre 762 e dois de calibre 556. A Polícia Civil descobriu ainda que uma dar armas encaminhadas para a perícia não tinha sido usada na operação que resultou na morte das meninas.
Em nota, a Polícia Militar informou que houve um erro de anotação do fuzil, e, posteriormente, a arma certa teria sido encaminhada para a análise.
Necropsia
O exame de necropsia realizado no corpo das crianças revelou que Rebeca teve o coração e o fígado atingidos e que a causa da morte dela foi a "transfixação" desses órgãos. Ainda segundo o exame, a menina foi baleada na "região torácica esquerda". A perícia encontrou um fragmento de bala alojado em seu fígado. O projétil foi retirado para confronto balístico.
No caso de Emily, o exame revelou que ela foi atingida na cabeça, sendo apontada como a causa da morte a "ferida transfixante do encéfalo". O laudo indicou ainda que o tiro que a atingiu entrou pela "região frontal direita" de seu corpo.
Moradores homenageiam as primas Emily e Rebeca com um muro grafitado com o rosto delas. As meninas foram assassinadas na porta de casa em dezembro de 2020
Moradores homenageiam as primas Emily e Rebeca com um muro grafitado com o rosto delas. As meninas foram assassinadas na porta de casa em dezembro de 2020 Divulgação/ Carol Brandão (Voz da Baixada)
Rostos de Emily e Rebeca foram grafitados em muro que fica em frente a rua que as duas moravam
Rostos de Emily e Rebeca foram grafitados em muro que fica em frente a rua que as duas moravam Divulgação
Rosto de Emily e Rebeca foram eternizados com uma arte grafitada
Rosto de Emily e Rebeca foram eternizados com uma arte grafitada Divulgação
Moradores homenageiam as primas Emily e Rebeca com um muro grafitado com o rosto delas. As meninas foram assassinadas na porta de casa em dezembro de 2020
Moradores homenageiam as primas Emily e Rebeca com um muro grafitado com o rosto delas. As meninas foram assassinadas na porta de casa em dezembro de 2020 Divulgação/ Carol Brandão (Voz da Baixada)