Mais Lidas

Instituição procura voluntários para pesquisa de vacina contra o vírus HIV

Os interessados precisam ter entre 18 e 60 anos e não fazerem nenhum tipo de profilaxia anterior ou após possíveis exposições ao vírus

Os testes são fruto de uma cooperação internacional que envolve instituições de oito países
Os testes são fruto de uma cooperação internacional que envolve instituições de oito países -
Rio - A Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está procurando homens cisgêneros que têm relações sexuais com outros homens e pessoas transexuais para testes de fase 3 da eficácia de uma vacina contra o vírus HIV. Os testes são fruto de uma cooperação internacional que envolve instituições de oito países.
Nomeada como Mosaico, a pesquisa é desenvolvida no âmbito da Rede HVTN, que tem o objetivo de testar as vacinas candidatas à imunizante contra o vírus da AIDS e financiada pela farmacêutica Johnson & Johnson. O principal diferencial desta candidata, é a capacidade de proteger contra vários subtipos do HIV.
“O HIV-1, que é o tipo mais comum, tem nove subtipos e várias formas recombinantes, em que esses subtipos se misturam”, explica Jorge Andrade Pinto, pesquisador responsável pelo estudo na UFMG. “Essa é uma das grandes dificuldades para seu controle e a razão de ser tão difícil desenvolver uma vacina, mesmo passados mais de 30 anos dos primeiros casos”, completa.

Os interessados em participar dos testes devem ter entre 18 e 60 e não fazerem nenhum tipo de profilaxia anterior ou após possíveis exposições ao vírus. Todos os participantes terão seus custos pelas visitas ao estudo reembolsados.

Assim como a Sputnik V, vacina russa contra a Covid-19, a Mosaico usa a tecnologia de vetor viral, em que o adenovírus 26 (Ad26), que não é vetor de nenhuma doença grave para os vetores de doenças, recebem partes do vírus HIV. O objetivo disso é treinar o sistema imunológico do paciente para reconhecer e combater com eficiência o vírus.
Estudos preliminares já mostraram que a Mosaico é segura e capaz de induzir a chamada imunidade cruzada, que previne diferentes subtipos do HIV. Apesar de ter sido uma epidemia nos anos 1980 e 1990, o vírus HIV ainda não possui uma vacina.

Hoje, os métodos de prevenção são a profilaxia pré-exposição (PrEP) e a profilaxia pós-exposição (PEP), que são coquetéis de medicamentos que diminuem as chances de infecções após a exposição ao vírus, além dos métodos de barreira, como a camisinha.