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Arte de mãos dadas com a Sustentabilidade

Artista da Zona Oeste cria peças que encantam com sucatas e cria projeto de Educação Ambiental

Agassis (da camisa azul e de costas) numa das oficinas realizadas na casa Fred
Agassis (da camisa azul e de costas) numa das oficinas realizadas na casa Fred -
Como nasce uma obra de arte?
Para o desenhista, arquiteto, artista e educador Agassis Sarmento, de 63 anos, "começa com aquela gavetinha cheias de coisas que você não usa mais. Essa é a matéria prima. Aí começa a magia, pois você já deu o primeiro passo. Depois é só ver como tudo se encaixa, se une a outros materiais".

Morador da Freguesia, na Zona Oeste do Rio, Agassis transforma objetos dispensados em peças que encantam. Essa parceria entre Sustentabilidade e Arte, nasceu na cabeça do artista ainda criança. "Desde novo me interessei por criar meus próprios brinquedos com as coisas que encontrava na garagem de casa,  hábito que fui aperfeiçoando com o tempo", revela.

Já adulto, formado em Desenho e Arquitetura, Agassis viu na reutilização de materiais uma maneira útil de fazer uma arte diferenciada. As peças ganharam a Feira Hippie de Ipanema, o vervo do pessoal descolado até o início dos anos 2000, e o Galpão das Artes Urbanas, na Gávea, entre outros locais de abrigo das artes.

Como a Arte só existe se for compartilhada, Agassis acabou encontrando na Educação a melhor forma de disseminar seus conhecimentos. E foi no Colégio Miguel Couto, no Recreio dos Bandeirantes, também na Zona Oeste, que nasceu o projeto Arte com Sucata, que visa também à promoção da Educação Ambiental e, nas suas palavras "mostra nesses tempos de crise que você pode criar objetos diversos sem gastar nada, só com a sucata que temos em casa".
Agassis conta que o projeto demonstrou aos administradores escolares que "é possível acompanhar o projeto pedagógico reduzindo em 70% as taxas e gastos com material de artes".

Fazendo  a sua parte
Apesar de trabalhar com foco na Sustentabilidade, o artista diz não ser "um ambientalista de carteirinha", mas admite que tenta há anos, "por todos os lugares por onde passo, mostrar o valor da seletividade e a riqueza e beleza que há nos materiais e quão útil eles ainda podem ser. E, depois, não vai mais juntar todo o seu lixo caseiro com eletrônicos, pilhas, baterias e, sem perceber, já está fazendo a sua parte", garante. 
"Tudo muito simples! uma latinha vira um avião, um pote de mostarda vira um robô e aquela lâmpada de led se transforma num cãozinho; tudo com a sua criatividade! Muito do que fazemos juntos aos alunos funcionam e são uma iniciação para eletrônica ou robótica", afirma.
Para o artista, "além do belo aspecto visual e ou funcional, esse tipo de atividade nesses dias de isolamento ajuda a passar o tempo e cria o hábito de esquecer um pouco a tecnologia pronta que escraviza e vicia".
Além do projeto educacional, Agassis também ministra palestras e workshops, onde frisa a "importância da volta das habilidades motoras manuais, natural ao desenvolvimento mental e físico, momentaneamente abandonado em detrimento do celular, da TV e dos jogos on-line".

Nos últimos três anos ele ministrou aulas na Casa Fred de Cultura e Coworking e realizou exposições e feiras ambientais, com plantio, culinária e artesanato de brinquedos e instrumentos musicais com sucatas do dia-a-dia. Mas com a pandemia, os trabalhos foram suspensos.

"Para superar as crises momentâneas tive que me reinventar e criar outra maneira de me expressar e achar espaço num mundo com pouco espaço para Artes Visuais. Hoje, graças a Deus, tenho um grande número de alunos efetivos dos 5 aos 70 anos, e cada vez há um interesse maior por esse tipo de arte", conta.

Serviço:
Assim que for possível, Agassis voltará a ministrar palestras, mostras e exposições, levando sua Arte aonde quer que ela receba convite de abrigo.
Os contatos são:
(21) 99298-9631
Casa Fred - Estr. do Bananal, 1674 - Freguesia - (21) 98179-0360.

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