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Fachin anula todos os processos de Lula e ex-presidente volta a ser elegível

Com isso, os processos vão ser analisados pela Justiça Federal do Distrito Federal

O julgamento sobre a suspeição de Moro na Lava Jato é resultado de um recurso movido pela defesa de Lula
O julgamento sobre a suspeição de Moro na Lava Jato é resultado de um recurso movido pela defesa de Lula -
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, anulou nesta segunda-feira todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva julgadas pela Justiça Federal no Paraná, 13ª Vara Federal de Curitiba, relacionadas às investigações da Operação Lava Jato. Desta forma, Lula recupera os direitos políticos e volta a ser tornar elegível para a corrida presidencial de 2022.
O ministro do STF declarou a incompetência da Justiça Federal do Paraná nos casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e do Instituto Lula, além da doações ao instituto. Com isso, os processos vão ser analisados pela Justiça Federal do Distrito Federal, que vai julgar se os casos nos três processos serão ou não validados.
Na avaliação de Fachin, as ações não poderiam ter corrido em Curitiba, porque os fatos apontados não têm relação direta com o esquema de desvios na Petrobras. O ministro lembrou que diversos processos deixaram a Vara do Paraná ou mesmo seu gabinete pelo mesmo motivo, desde o início da Operação Lava Jato.
“Com as recentes decisões proferidas no âmbito do Supremo Tribunal Federal, não há como sustentar que apenas o caso do ora paciente deva ter a jurisdição prestada pela 13ª Vara Federal de Curitiba. No contexto da macrocorrupção política, tão importante quanto ser imparcial é ser apartidário”, afirmou.

Em um dos pontos, Fachin lembra que as acusações contra Lula envolviam muito mais empresas do que a Petrobras. “A conduta atribuída ao ora paciente, qual seja, viabilizar nomeação e manutenção de agentes que aderiram aos propósitos ilícitos do grupo criminoso em cargos estratégicos na estrutura do Governo Federal, não era restrita à Petrobras S/A, mas a extensa gama de órgãos públicos em que era possível o alcance dos objetivos políticos e financeiros espúrios".
Foi a primeira vez que o relator do caso analisou especificamente um pedido da defesa sobre a competência da Justiça Federal do Paraná. A defesa entrou com o habeas corpus depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concluiu o julgamento do primeiro caso em que Lula foi condenado, o do triplex.
“Aplico aqui o entendimento majoritário que veio se formando e agora já se consolidou no colegiado. E o faço por respeito à maioria, sem embargo de que restei vencido em numerosos julgamentos”, diz o ministro.

Em razão da decisão, o ministro Fachin declarou a perda do objeto de 10 habeas corpus e de quatro reclamações apresentadas pela defesa do ex-presidente, entre eles a ação em que questiona a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, que era titular da 13ª Vara de Curitiba.
O julgamento sobre a suspeição de Moro na Lava Jato é resultado de um recurso movido pela defesa de Lula Fabrice COFFRINI/AFP
Na avaliação de Fachin, as ações não poderiam ter corrido em Curitiba, porque os fatos apontados não têm relação direta com o esquema de desvios na Petrobras Agência Brasil
Caso de Lula pode ficar com juiz que anulou provas da Lava Jato Reprodução