Rio - O Ministério Público do Rio deflagra nesta segunda-feira (22) a Operação Gárgula, para prender um grupo ligado ao miliciano e ex-capitão do Bope Adriano da Nobrega, morto em fevereiro do ano passado na Bahia. Um dos presos é o soldado da Polícia Militar Rodrigo Bitencourt Fernandes Pereira do Rego. Outro denunciado é o sargento da PM Luiz Carlos Felipe Martins, morto no último sábado em Realengo. O bando pode responder pelos por crimes de associação criminosa, agiotagem e lavagem de dinheiro.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) apreendeu cerca de R$ 75 mil na casa da denunciada Carla Chaves Fontan. Com o PM Rodrigo Bitencourt foram apreendidos dois carros de luxo.
O juízo responsável pela expedição dos mandados também deferiu o pedido do MPRJ de sequestro do Haras Fazenda Modelo, automóveis e bloqueio de bens de R$ 8,4 milhões, correspondentes ao valor mínimo constatado em movimentações pelos criminosos. Os mandados são cumpridos por promotores e agentes da CSI/MPRJ em diversos endereços na Capital, além de Niterói e Guapimirim.
A ação deflagrada é um desdobramento das investigações que culminaram na Operação Intocáveis I movida contra integrantes da milícia de Rio das Pedras, cujo líder era Adriano da Nóbrega, miliciano que também exercia forte influência sobre o grupo de matadores de aluguel conhecido como “Escritório do Crime” (Operação Tânatos). Desta vez, os denunciados são integrantes da rede de apoio de Adriano da Nóbrega, responsáveis por lavar o dinheiro obtido por ele em suas práticas criminosas.
Segundo a denúncia apresentada pelo GAECO, em 15 de dezembro de 2020, integravam essa rede de apoio o soldado da PM Rodrigo Bitencourt Fernandes Pereira do Rego; a companheira de Adriano, Julia Emilia Mello Lotufo; Daniel Haddad Bittencourt Fernandes Leal; e o sargento da PM Luiz Carlos Felipe Martins (vulgo Orelha), tendo todos eles tido a prisão decretada. Luiz Carlos foi morto no último sábado (20), em Realengo, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas.
Também estão denunciados, com medidas cautelares diversas de prisão deferidas pela Justiça, Carla Chaves Fontan, Carolina Mandin Nicolau, Jefferson Renato Candido da Conceição (vulgo Sapo), David de Mello Lotufo e Lucas Mello Lotufo.