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Escolas do Rio retomam aulas presenciais após briga na justiça

Secretário de Educação garante que as escolas da rede municipal estão preparadas para receber os alunos

Retorno das aulas presenciais após briga na justiça entre prefeitura e parlamentares
Retorno das aulas presenciais após briga na justiça entre prefeitura e parlamentares -
Rio - Depois do imbróglio na justiça, entre a Prefeitura do Rio e um grupo formado por vereadores e deputados estaduais, enfim as aulas presenciais foram retomadas na capital fluminense. Cerca de 500 unidades de ensino, entre creches e escolas públicas e particulares foram reabertas nesta quarta-feira (7), segundo a Secretaria Municipal de Educação.
Mesmo com a decisão da justiça, dando parecer favorável à Prefeitura do Rio, a movimentação na entrada das escolas foi baixa na parte da manhã. Alguns pais, ainda desconfiados, optaram por colocar seus filhos na sala de aula.
A auxiliar de ensino Hellen, de 30 anos, acompanhou a filha até a entrada da Escola Municipal Miguel Couto, em Olaria, mas reclamou da confusão gerada essa semana.
"Está tudo muito confuso. Uma hora pode trazer e outra hora não pode. As crianças reclamam dentro de casa, querem estudar, mas a gente espera a decisão final. o que a gente ensina é o que elas precisam ter todo cuidado na escola. O vírus ainda está aqui, então todo cuidado se faz necessário", disse.
Quem também reclamou da briga judicial foi a dona de casa Shyrlei, de 37 anos, que levou a filha para o primeiro dia de aula após a pausa emergencial de dez dias.
"Isso gera um prejuízo enorme, as crianças são as que mais sofrem com tudo isso. Esse volta não volta atrapalha a vida de todo mundo. Sabemos dos riscos que os professores correm, mas a educação é a base de tudo. É voltar com todo cuidado para evitar a contaminação", ressaltou a dona de casa.
ESCOLAS PREPARADAS
A SME garante que as 419 unidades da rede municipal estão preparadas para receber os alunos. Todas passaram por um processo de sanitização. O secretário de Educação do Rio, Renan Ferreirinha, disse que a retomada das aulas presenciais é autorizada pelo Comitê Científico montado pela prefeitura.
Representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) não concordam com o retorno presencial das aulas. Dione Lins, coordenadora geral do Sepe reafirma que os professores da cidade do Rio estão em greve e que o sindicato nunca consultado pela Secretaria Municipal de Educação para discutir o retorno presencial nas salas de aulas.
"Tem muita gente assustada com o número de mortes que só aumenta. A vacina já está aí, não custa aguardar mais um pouco", diz a coordenadora.
ESPECIALISTA DIZ QUE MOMENTO NÃO É O IDEAL
A pesquisadora em saúde da UFRJ e membro do comitê de combate ao coronavírus da UFRJ, Chrystina Barros, afirma que ainda não é o momento certo para a retomada das aulas presenciais. Elas detalha quais são os cuidados necessários a serem tomados.
"Esse é o pior momento da pandemia. Infelizmente não é hora de retomar algumas atividades, mas buscamos entender a necessidade da educação. Com esse retorno, é importante que a família tenha consciência dos riscos. Primeiro ponto: se qualquer pessoa tiver algum tipo de sintoma de gripe, que seja diferente do dia a dia, precisa ser isolada com urgência. Ela não deve frequentar a escola. Essa consciência é muito importante. Da mesma forma, a escola precisa garantir a vigilância epidemiológica. Notificar qualquer caso e certificar se as medidas cobradas para evitar a propagação do vírus estão sendo tomadas".
BRIGA DA JUSTIÇA
O prefeito Eduardo Paes anunciou na semana passada a retomada das aulas presenciais depois da pausa emergencial para conter o avanço da Covid-19. Apesar da crescente no número de mortes e contaminados, o chefe do executivo municipal disse que o parecer para a volta dos alunos foi dado pelo Comitê Cientifico formado pela prefeitura.
No domingo (4), vereadores e deputados enviaram à justiça um ato popular pedindo a suspensão das aulas nas escolas do município. O juiz Roberto Câmara Lace Brandão, do Plantão Judiciário, concedeu a liminar favorável na noite do mesmo dia. Menos de 24 horas depois, juíza titular da 2ª Vara da Fazenda Pública Georgia Vasconcellos da Cruz, manteve a decisão, após a prefeitura recorrer.
Na terça, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, atendeu ao pedido da prefeitura e derrubou a liminar que impedia a presença das crianças nas escolas.
Figueira citou no novo documento que a prefeitura do Rio estava respaldada na ciência e que “os pais podem escolher se deixam ou não seus filhos frequentarem as aulas”.
Retorno das aulas presenciais após briga na justiça entre prefeitura e parlamentares Reginaldo Pimenta/Agência O Dia
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