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Dr. Jairinho prestou depoimento sobre agressões contra ex e a filha dela após ser preso

Político foi interrogado pelo delegado Adriano França, titular da Delegacia da Criança Adolescente Vítima (Dcav)

Dr. Jairinho prestou depoimento sobre denúncia de agressões contra ex-namorada e a filha dela
Dr. Jairinho prestou depoimento sobre denúncia de agressões contra ex-namorada e a filha dela -
Rio - O vereador Dr. Jairinho, preso nesta quinta-feira (8) pela morte do menino Henry Borel, no dia 8 de março, prestou depoimento, após ser preso, sobre a denúncia de agressões contra a ex-namorada, uma cabeleireira de 31 anos, que prefere não ter o nome revelado, e a filha dela, que na época tinha 3 anos de idade. O político foi interrogado pelo delegado Adriano França, titular da Delegacia da Criança Adolescente Vítima (Dcav). 
"Comecei a pensar: ‘Será que se eu tivesse feito alguma coisa, isso teria sido evitado?", disse a mãe da menina em depoimento ao programa 'Fantástico', referindo-se à morte de Henry.
A ex-namorada de Jairinho afirmou que ele dava remédio para ela dormir. Durante o depoimento no inquérito que trata de supostas agressões cometidas por Jairinho, e que corre paralelo à investigação da morte do menino, ela contou que desconfiou da medicação durante uma viagem.
Ela contou que ele teria feito isso para poder falar com a ex-mulher. A mãe da menina disse, ainda, que não tomou, mas fingiu dormir, e flagrou o vereador segurando sua filha pelos braços.
A cabeleireira contou que a filha, na época, chorava e vomitava ao ver Jairinho. Ela revelou na 16ª DP (Barra da Tijuca) que a menina chegou a ter a cabeça afundada por ele em uma piscina.
Ao 'Fantástico', a cabeleireira afirmou que, em depoimento, a filha diz que se lembra de entrar num lugar, mas que tinha uma cama e uma piscina, e que ele a afundava. Além das agressões na piscina, a filha deu detalhes de agressões que ela não tinha conhecimento. Segundo o relato, o vereador ficava em pé na barriga da menina quando ela estava deitada, além de torcer o braço e a perna dela.
"O Jairinho que eu conheço, que a minha filha descreve, que fez o que fez com ela, eu hoje oro a Deus pelo livramento de não ter sido ela. Porque ele podia ter matado a minha filha", disse a mãe da menina.
O advogado de Jairinho nega a agressão a outra criança e diz que colabora com a investigação sobre a morte de Henry.
Outros casos
"Percebi que o menino estava com umas manchinhas roxas. Um pouquinho na barriga, um pouquinho na perninha. A segunda vez eu escutei a mãe falar que tinha acordado de madrugada, como se ela tivesse sido dopada de remédio. Ela levantou com as pernas pesadas, e ele (Jairinho) estava dando banho na criança", narrou a mulher, que preferiu não ser identificada.
Em outra, o menor chegou com a perna fraturada na altura do fêmur. A explicação foi que o menino tinha se prendido no cinto de segurança e tropeçado ao sair do carro. "Nas duas vezes, Jairinho o levou a uma clínica de conhecidos dele. Minha amiga estava deslumbrada e tinha medo por ele ser poderoso", contou a mulher.
Além disso, uma ex-mulher do vereador, com quem tem dois filhos, disse que também já apanhou do vereador. Ana Carolina Ferreira Netto registrou duas queixas na polícia: em 2014, afirmou que, depois de uma discussão, ele teve um "ataque de fúria", desferindo socos e pontapés, a ponto de ser hospitalizada; a outra, de 2020, cita apenas "lesões corporais".
Caso Henry
O menino Henry Borel foi encontrado morto no chão do quarto onde morava com a mãe e o padrasto, Dr. Jairinho. O casal chegou a socorrer o menino, mas ele já chegou sem vida ao hospital. Em um primeiro depoimento, Monique alegou que a morte de Henry seria um acidente doméstico, no entanto, laudos do Instituto Médico Legal (IML) apontaram lesões na cabeça, escoriações, contusão nos rins e no pulmão e rompimento do fígado por ação contundente.
As investigações da Polícia Civil apontam que Dr. Jairinho teria praticado uma sessão de tortura contra Henry, semanas antes da morte do menino. Ainda de acordo com os agentes, o vereador agredia a criança com o conhecimento da mãe, Monique Medeiros.