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Ministros acreditam que diálogo de Bolsonaro com Kajuru foi um teatro armado

Os magistrados ouvidos não acreditam que a ligação tenha sido espontânea, mas sim combinada entre os envolvidos

O presidente da República, Jair Bolsonaro
O presidente da República, Jair Bolsonaro -

Rio - O Supremo Tribunal Federal (STF) está considerando que o diálogo divulgado pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), como um teatro armado por ambos para constranger os magistrados. As informações são da Jornalista Mônica Bergamo.

Segundo a jornalista, ministros ouvidos não acreditam que a ligação tenha acontecido de maneira espontânea, mas combinada anteriormente.

Os magistrados discutirão nesta semana a liminar do ministro Luís Roberto Barroso que determinou a criação da CPI para investigar as ações de combate a pandemia pelo governo federal. A tendência é que a votação finalize em um 'meio termo', onde a comissão parlamentar de inquérito seja iniciada apenas com a volta presencial do Senado.

Repercussão no Congresso

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) postou em seu Twitter que o diálogo realizado entre o presidente e o senador é gravíssimo e poderá ser apurada na CPI. Confira a publicação:

A conversa entre um senador e o Presidente da República articulando contra uma CPI e um ministro do STF é um fato gravíssimo. A própria CPI poderá investigar o possível crime do Presidente da República. https://t.co/y2qDeX36oP

— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) April 12, 2021

Além de Maia, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) levantou a hipótese de que Bolsonaro tenta sabotar as investigações por medo.

A conversa entre Bolsonaro e Kajuru é a prova de mais um crime de responsabilidade do presidente, que tenta intervir no Legislativo e intimidar o STF. O objeto da CPI da Covid não pode ser modificado. Bolsonaro está morrendo de medo e tenta sabotar as investigações.

— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) April 12, 2021

Interlocutores do governo Bolsonaro passaram a defender abertamente uma ampliação da CPI para que se investigue governadores e prefeitos durante a pandemia.

Segundo senadores e auxiliares, a tentativa de 'inflar' a CPI visa pressionar os congressistas para que sejam retiradas as assinaturas do pedido de criação da comissão.