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Furto de cabos deixa escola e Bombeiros sem Internet e telefone em São Cristóvão

Laboratório de informática que deveria receber alunos da Faetec durante a pandemia está fechado. Funcionários dos Bombeiros precisam fazer ligações dos seus próprios telefones

Fios retirados do poste estão espalhados pela rua, levando risco a pedestres e motoristas
Fios retirados do poste estão espalhados pela rua, levando risco a pedestres e motoristas -
Rio - O laboratório de informática da Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch, em São Cristóvão, deveria estar aberto para receber estudantes. Mas os computadores, por enquanto, são peças inutilizáveis. Há mais de um mês, a unidade da Faetec não tem acesso à Internet, nem aos telefones, por conta dos constantes furtos de cabos na Rua Visconde de Niterói. Funcionários precisam gastar o próprio pacote de dados para fazer os trabalhos de rotina, e os alunos que não têm acesso às aulas online de casa perdem uma importante opção de estudos.
Quem trabalha na escola afirma que a unidade já abriu oito protocolos na rede de telefonia Oi, mas que até agora não houve qualquer reparo. Nos postes em frente ao portão, fios estão espalhados pelo chão, muitos cortados ao meio, um risco para quem passa na calçada. O roubo de cobre tem sido uma das principais atividades criminosas nas ruas do Rio. Em fevereiro, reportagem do MEIA HORA mostrou que um levantamento feito há um ano pelo Sindicato das empresas de Telecomunicação indicou que quatro milhões de metros de fios e cabos foram roubados no Rio, um prejuízo para cerca de cinco milhões de usuários no estado. Em ferros-velhos, o quilo do cobre pode ser vendido por até R$ 35.
A Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia informou que "já foi comunicado à operadora, de forma reiterada, a falta do serviço. E, de acordo com o último protocolo aberto, o prazo de conserto é até o dia 24 de abril. Caso a Rede não seja restabelecida, a instituição buscará alternativas para a resolução do problema".
Ao lado da Faetec, o Centro de Suprimento e Manutenção do Corpo de Bombeiros também sofre com o problema. Funcionários que preferem não se identificar afirmam que Internet e telefones já não funcionam há oito meses. "Imagina um almoxarifado sem conseguir fazer planilhas, catálogos? Precisamos ligar todos os dias para fornecedores dos nossos celulares pessoais. Muitas ligações são para fora do Rio. Tudo isso é dinheiro extra que sai do nosso bolso". O Corpo de Bombeiros afirmou que também já relatou o problema "às empresas responsáveis para adoção das medidas cabíveis e realização dos reparos necessários", e garantiu que não houve, até agora, "registro de prejuízo ao atendimento ou socorro da população".
A Oi, responsável pela distribuição de telefonia e Internet, informou em nota "que enviou uma equipe técnica ao local citado e os serviços serão restabelecidos o mais brevemente possível". A empresa de telecomunicação disse que "diante de problemas relacionados à segurança pública, tem enfrentado constantes dificuldades para manter o funcionamento dos seus serviços de telefonia e internet em algumas regiões do estado". "Em virtude da ação de criminosos, a empresa vem sendo recorrentemente vítima de furtos e vandalismo na sua infraestrutura de telecomunicações, o que impacta na manutenção e disponibilidade dos serviços de telecomunicações, tão importantes para garantir a continuidade dos serviços prestados à sociedade". A Oi tem notificado a Polícia Civil.
Aulas seguem 100% online nas Faetecs
Em nota, a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, que administra as unidades da Faetec, informou que as aulas seguem 100% remotas, e que a volta presencial só será efetivada "após considerar que todos os aspectos técnicos e sanitários possibilitem" o retorno. Confira o posicionamento na íntegra.
"A Faetec informa que as aulas começaram inicialmente de forma remota, com uma proposta virtual aprimorada ao modelo oferecido no ano passado, por meio da parceria com a Google for Education. A proposta prevê a criação de uma estrutura digital de cada unidade educacional na nuvem, uma nova organização das Trilhas de Aprendizagem para os alunos, além de treinamento, capacitação e certificação de todos os professores da rede.

O retorno presencial só será efetivado após considerar que todos os aspectos técnicos e sanitários possibilitem uma volta sem riscos à saúde da comunidade escolar, e está sendo avaliada periodicamente. Para atendimento aos requisitos necessários, as escolas já receberam recurso financeiro adicional e cada unidade escolar está elaborando um plano de ação individualizado para o retorno.

Para os alunos que necessitam de estrutura digital para acessar às atividades on-line nas plataformas digitais, a Faetec abriu 27 unidades para a utilização de seus laboratórios de informática e internet. O atendimento é mediante pré-agendamento para evitar aglomerações e a abertura do polo depende da situação do município na pandemia".
Fios retirados do poste estão espalhados pela rua, levando risco a pedestres e motoristas Daniel Castelo Branco
Laboratório de informática da escola Adolpho Bloch seria para alunos sem Internet conseguirem acessar as atividades online, mas está fechado Daniel Castelo Branco
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