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Em cartas, Monique Medeiros pede perdão ao ex-marido e pede para ser ouvida novamente pela Polícia

Professora e ex-namorada do vereador Dr. Jairinho (sem partido) admite que mentiu durante depoimento e sugere que foi manipulada para contar 'inverdades'

 Monique e Dr. Jairinho são acusados de homicídio duplamente qualificado
Monique e Dr. Jairinho são acusados de homicídio duplamente qualificado -
Rio - Presa há quase um mês, Monique Medeiros passou a escrever cartas a familiares, ao ex-marido e ao delegado que investiga a morte do menino Henry Borel, quatro anos. Nelas, a professora e ex-namorada do vereador Jairo Souza Santos Junior (sem partido), o Dr. Jairinho, se mostra arrependida pela morte do filho e pede para que seja ouvida novamente pela Polícia Civil. 
Em uma das cartas, escrita no dia 26 de abril, endereçada ao engenheiro Leniel Borel, pai do menino Henry, Monique afirma que não sabia o que o filho estava passando e pede perdão ao ex-marido. "E se eu pudesse voltar atrás, fazer tudo novo, para tê-lo conosco, até no fundo da casa dos meus pais, tendo uma vida simples, mas com sorrisos dele iluminando todas as nossas manhãs, eu faria! Faria tudo diferente... Me perdoe por não ter sido mais do que eu pude ser. Pra você e para ele", afirma a professora. 
No mesmo dia, Monique escreveu uma carta para o delegado Henrique Damasceno, da 16ª DP (Barra da Tijuca), responsável pela investigação das causas da morte de Henry. No documento, a professora admite que mentiu durante o depoimento e sugere que foi manipulada para contar "inverdades". 
"Preciso dar a versão verdadeira do que aconteceu! Esse relato é apenas um desabafo de uma mãe que clama pela verdade. Há muito a ser dito e há muito a ser esclarecido! Sem mentiras, sem treinamentos, sem inverdades. Eu estava sendo manipulada sem perceber; todas as vezes que tentava procurar uma maneira de me desvencilhar e tentar contar a verdade, eu era impedida... E foram muitas vezes", afirma.
A ex-namorada de Dr. Jairinho explica que quer ser ouvida pela Polícia Civil novamente para que possa ser julgada a partir da "versão verdadeira do que aconteceu". "Não quero fugir das minhas responsabilidades, mas quero ser julgada pelo que é certo, contribuindo e fazendo todo o possível para ajudar em tudo que eu puder! Me dê mais uma chance. Eu imploro!", pede. 
Na noite de sexta-feira, 30, Monique recebeu alta hospitalar e retornou ao Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói, na Região Metropolitana. Ela estava internada desde o dia 19 de abril no Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste, após testar positivo para o novo coronavírus. De volta ao Instituto Penal Ismael Sirieiro, a professora terá que passar por um novo isolamento social de 14 dias. 
Para a Polícia Civil e para o Ministério Público do Rio, há indício suficiente para que Monique e Jairinho sejam indiciados pela morte de Henry Borel. O casal é suspeito da morte do menino. Jairinho pode responder por homicídio e tortura. Para a polícia, Monique foi conivente com as atitudes do namorado com o filho, já que tinha a obrigação de denunciar o caso.