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Rio de Janeiro registra mais mortes do que nascimentos

A diferença entre óbitos e nascidos vivos é de quase de 2.5 mil

Capital fluminense também registra mais óbitos do que nascidos pela oitava vez na história.
Capital fluminense também registra mais óbitos do que nascidos pela oitava vez na história. -
Rio - Mais uma vez o Rio de Janeiro registrará um mês com mais óbitos do que nascimentos. Esta é a terceira vez que este fenômeno de repete desde o início da pandemia de covid-19. Com cerca de 16 milhões de habitantes, o Estado registrou até esta sexta-feira (30) 17.006 óbitos e 14.553 nascimentos, diferença de quase de 2.5 mil óbitos a mais do que nascidos vivos. O caso se repete na capital fluminense, que teve 6.331 óbitos e 4.936 nascimentos, registrando o oitavo mês com decréscimo populacional de sua história.
Os dados preliminares, uma vez que registros de abril ainda podem ser lançados, constam no Portal da Transparência do Registro Civil (http://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País. Esses apontamentos são administrados pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
"O fornecimento das estatísticas em tempo real pelo Portal dos Cartórios de Registro Civil, neste momento de pandemia, nos permite acompanhar com precisão o que está acontecendo no nosso Estado e também quais são as possíveis tendências. Diante da análise desses dados, conseguimos ter uma dimensão que nos leva a pensar em alguns caminhos que podem ser adotados pelo Poder Público, principalmente nas regiões que se mostram em condições mais graves", comenta o presidente da Arpen-RJ, Humberto Costa.
De acordo com os dados do Portal da Transparência, a queda na diferença entre os nascimentos e os óbitos no Estado vinha ocorrendo de forma gradual ao longo dos anos, mas se acentuou de forma contundente com a pandemia da covid-19. Em janeiro de 2020, esta diferença era de 5.662 registros de nascimentos a mais. Em maio do ano passado, o Rio vivenciou o primeiro mês com mais óbitos que nascimentos e o recorde negativo em sua história, com 3.335 óbitos a mais, fato que se repetiria em dezembro, com 2.897 falecimentos a mais do que nascidos vivos.
Na capital, a realidade é semelhante, com uma diferença entre os dois atos que também vinha caindo ao longo dos anos, mas se acentuou com a chegada do novo coronavírus. Em janeiro de 2020 eram 1.555 nascimentos a mais. Já abril e maio de 2020 registraram os primeiros meses com mais óbitos do que nascimentos, fato que viria a se repetir nos meses de outubro, novembro, dezembro do ano passado, e janeiro e março deste ano.
Brasil

No País, a região Sudeste, com cerca de 85 milhões de habitantes tem até esta sexta-feira (30) 81.525 óbitos e 76.508 nascimentos, realidade que se repete em três dos quatro Estados que compõe a região: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, sendo que os dois primeiros registram também o primeiro mês com maior número de mortes do que de nascidos em seus territórios na série histórica.

Além do Sudeste e dos três Estados com mais óbitos do que nascidos na região, o Rio Grande do Sul também registrou um maior número de mortes do que nascimentos em abril. Entre as capitais brasileiras, nove viram os óbitos superarem o número de nascidos vivos, sendo que em quatro delas isso ocorre pela primeira vez desde o início da série história, em 2003: São Paulo (SP), Curitiba (PR), São Luís (MA) e Vitória (ES). As outras cinco, Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Belo Horizonte (MG), já haviam registrado este fenômeno em meses anteriores.