Polícia Civil realiza operação contra rede de exploração sexual infantil

Ação ocorre após investigação da Dcav e visa cumprir 68 mandados de busca e apreensão em 18 estados e Distrito Federal

Ação cumpre mandados de prisão em diversos pontos do Rio
Ação cumpre mandados de prisão em diversos pontos do Rio -
Rio - Após um ano de investigação, o delegado Adriano França, titular da Dcav (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), deflagrou, na manhã desta terça-feira, dia 18, uma operação que visa cumprir quase 70 mandados de busca e apreensão, em diferentes estados, contra uma rede de pedófilos. Até o momento, cinco pessoas foram presas. A ação, chamada de Lótus, ocorre no Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
No Estado do Rio, a própria Dcav cumpre nove mandados, com apoio de outras delegacias especializadas, em Macaé, Campos, Niterói e Duque de Caxias. Na capital, há alvos com endereços em Jacarepaguá e Guaratiba. 
A investigação apontou outros 18 estados em que pedófilos se comunicavam através de grupos pela internet. Esses mandados serão cumpridos pelas respectivas polícias de cada localidade, sendo: Bahia (5); Ceará (3); Espírito Santo (3); Goiás (5); Maranhão (1); Minas Gerais (6); Mato Grosso (2); Pará (4); Pernambuco (2); Piauí (1); Paraná (1); Rio Grande do Norte (1); Rio Grande do Sul (6); Santa Catarina (1); Sergipe (1) Rio de Janeiro (9) e São Paulo (15). Um outro homem, apontado por pedofilia, tem residência no Distrito Federal.
A Polícia conseguiu detectar que esses pedófilos frequentemente mudavam de grupos  em redes sociais para manter o contato e trocas de vídeos e fotos dos menores. Alguns, somente trocavam imagens; outros as produziam. Segundo a polícia, as vítimas têm diferentes idades, inclusive bebês. "Isso foi o que mais me chocou na investigação: as imagens de bebês, de crianças de meses. Qualquer crime contra criança choca, mas essas imagens foram muito impactantes", disse França à reportagem.
Apesar de sempre mudarem de grupos, os pedófilos tinham códigos específicos para a troca de mensagens e imagens. Entre o material produzido, algumas crianças, além de abusadas, eram torturadas.
Os mandados são de busca e apreensão já que a polícia conseguiu localizar o IP (espécie de CPF de uma conexão) utilizado para o acesso à internet -- mas isso não quer dizer que somente uma pessoa tenha acesso a esse terminal. "Pode ser um wi-fi, por exemplo, que é acessado por diferentes pessoas. Temos que apreender os aparelhos eletrônicos para saber quem é o responsável pelo acesso ao material pornográfico infantil", explicou o delegado.
A localização dos IPs ocorreu após trabalho de peritos da Polícia Civil, com autorização judicial para a quebra dos sigilos telefônicos.
Até o ano de 2019, no Disque 100,  86, 8 mil denúncias foram registradas, sendo 17 mil de abusos sexuais, ou seja, 11% dos crimes. Segundo a polícia, há indicadores de que na pandemia houve aumento de casos.
Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima
Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima Reprodução
Material apreendido na casa do suspeito de pedofilia, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense
Material apreendido na casa do suspeito de pedofilia, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense Reginaldo Pimenta/Agência O Dia
Suspeito de pedofilia, preso em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense
Suspeito de pedofilia, preso em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense Reginaldo Pimenta/Agência O Dia
Ação cumpre mandados de prisão em diversos pontos do Rio
Ação cumpre mandados de prisão em diversos pontos do Rio Reginaldo Pimenta/Agência O Dia