Mais Lidas

Santuário do Cristo Redentor realiza missa de 7º dia de Kathlen Romeu

Jovem morreu vítima de bala perdida no Complexo de Lins e estava grávida de quatro meses

Celebração foi realizada pelo Padre Omar, reitor do santuário
Celebração foi realizada pelo Padre Omar, reitor do santuário -
Rio - Amigos e familiares participaram da missa de 7º dia da jovem Kathlen Romeu – que morreu vítima de bala perdida no Complexo de Lins e estava grávida de quatro meses – nesta segunda-feira, aos pés do Cristo Redentor, na Zona Sul do Rio. Sob muita comoção e pedidos por justiça, a celebração foi realizada pelo Padre Omar, reitor do santuário. Amigos da jovem seguravam balões brancos em símbolo de paz. 
Durante a cerimônia, o pai de Kathlen, Luciano Gonçalves, se emocionou e agradeceu o apoio que tem recebido. "Queria agradecer a todos que estão aqui, pela memória da nossa filha, pela memória da nossa luz. O que nos deixa em pé são todas as orações feitas pelas pessoas que se compadeceram pela nossa causa. Não está sendo em vão, muito obrigado a todos".
"Ela está aqui, entre nós, me colocando de pé, me permitindo olhar para cada um e agradecer. Espiritualmente falando, se não fossem vocês e as orações mundo a fora, certamente não estaríamos aqui de pé para honrar a memória dessa menina que era muito além de Kathlen de Oliveira Romeu. Ela era muito grande, não pode ter acabado aqui. A saudade é imensa, sete dias se passaram e eu só precisava de um pouco mais. Eu não sei como vai ser daqui adiante, porque a cada dia só piora", completou Jacklline Lopes sobre a perda da filha. 
O crime e a investigação
Kathlen morreu na última terça-feira (8), após ser baleada no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio. Ela chegou a ser socorrida, mas, segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS), não resistiu aos ferimentos logo após chegar ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte. A jovem, que estava grávida de 14 semanas, tinha ido visitar a avó.
Moradores da comunidade Barro Vermelho, no Complexo do Lins, afirmam que o tiro de fuzil que matou Kathlen Romeu partiu da Polícia Militar. Eles usam o termo "cavalo de troia" para explicar a ação dos militares. "Eles fizeram 'troia' para atacar os bandidos, mas acabaram matando uma inocente grávida. Eles estavam escondidos dentro de uma casa desde a manhã, por várias horas, esperando os bandidos aparecerem. Quando eles surgiram, os PMs atiraram de dentro dessa casa. Mas quem morreu foi a menina inocente. Foram dois tiros apenas. Não houve tiroteio", disse uma moradora da comunidade, que diz ter presenciado o momento.
Na sexta-feira (11), a avó, mãe, pai e marido de Kathlen estiveram na Delegacia de Homicídios (DH) para prestar depoimento. Agora, um dos principais pontos a serem apurados pela investigação é de onde partiram os tiros que, segundo os familiares, vieram dos PMs. No entanto, a corporação nega a versão.