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Alerj começa a ouvir quem estava no Jacarezinho no dia da operação 'Exceptis'

Representante da creche local diz que crianças ainda estão assustadas. ''Se eles escutam algum barulho choram e tentam se esconder'

Operação policial no Jacarezinho deixou 28 mortos nesta quinta-feira
Operação policial no Jacarezinho deixou 28 mortos nesta quinta-feira -
Rio - As comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) começaram a ouvir, nesta quinta-feira (17), representantes de equipamentos públicos que estavam no Jacarezinho no dia da Operação Exceptis, da Polícia Civil, que resultou na morte de 27 suspeitos e de um policial. Trabalhadores das forças de segurança e familiares das vítimas também serão ouvidos. O objetivo das comissões é produzir um documento sobre a ação.
Uma das representantes ouvidas foi Fernanda Araújo, da Creche Jacarezinho. Ela afirmou que, apesar de ter passado pouco mais de um mês desde o episódio, as crianças ainda estão assustadas. "Eles chegam contando tudo que viram. Se eles escutam algum barulho choram e tentam se esconder. Eles estão muito nervosos e assustados", contou Fernanda.
O Centro de Referência de Assitência Social (Cras) Caio Fernando Abreu, localizado no Jacarezinho, tem atendido 18 das 25 vítimas da operação. "Por mais que o equipamento público esteja sucateado, fizemos nosso papel de acompanhamentos das famílias que estavam sofrendo. No dia seguinte, prestamos toda a assistência às famílias no Instituto Médico Legal e seguimos dando todo apoio possível”, destacou Ângela Amaral, diretora do Cras.
A deputada Dani Monteiro (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, avalia como importante o processo de ouvir os relatos de quem esteve presente no dia 6 de maio. "É importante ouvirmos quem estava no local naquele dia 6 de maio para tentarmos entender o que de fato aconteceu. Vamos fazer três escutas temáticas para que as duas comissões possam produzir um relatório para ajudar na apuração dos fatos e possível responsabilização de quem esteve naquela operação", explicou a parlamentar. Também participaram da reunião o presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Delegado Carlos Augusto (PSD), e os deputados Carlos Minc (PSB), Coronel Salema (PSD), Enfermeira Rejane (PCdoB) e Waldeck Carneiro (PT).
Na próxima quinta-feira (24), as comissões devem ouvir familiares das vítimas da operação. Na primeira semana de agosto, trabalhadores das forças de segurança devem ser ouvidos.
Operação policial no Jacarezinho deixou 28 mortos nesta quinta-feira Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Policiais civis em operação na favela do Jacarezinho Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Comissões ouvem testemunhas de operação no Jacarezinho REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO ALERJ
Policiais durante operação no Jacarezinho, Zona Norte do Rio fotos Reginaldo Pimenta
Operação na comunidade do Jacarezinho, Zona Norte do Rio Reginaldo Pimenta / Agência O DIA