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Ex-secretário de saúde é cedido pela UERJ para trabalhar como médico na PM

Edmar Santos é réu por improbidade administrativa no processo que investiga possíveis fraudes na compra de mil respiradores para o tratamento de pacientes com a covid-19

Edmar Santos: ex-secretário
Edmar Santos: ex-secretário -
Rio - A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) cedeu o ex-secretário de saúde Edmar Santos para Polícia Militar do Rio. De acordo com o despacho que saiu no Diário Oficial desta quarta-feira, a corporação informou que estava com necessidade de mais médicos da especialidade de Edmar, que é anestesiologista. Ele atuava como professor na UERJ.
No momento, Edmar é réu por improbidade administrativa no processo que investiga possíveis fraudes na compra de mil respiradores para o tratamento de pacientes com a covid-19. Ele responde em liberdade devido a um acordo de delação premiada que realizou para colaborar com as investigações. Antes de ir para a UERJ, Edmar atuava na PM.
Em nota, a Polícia Militar informou que, "apesar da publicação em Diário Oficial, o comando da corporação aguarda a apresentação de Edmar Santos por ofício. Após essa definição, o militar será direcionado para atuação dentro das necessidades dos quadros de Saúde da instituição".
A UERJ disse, em nota, que Edmar foi cedido por tempo indeterminado para exercer as funções em tempo integral na Polícia Militar ,sem prejuízo do processo administrativo disciplinar a que ele responde na instituição.
Prisão
O ex-secretário de Saúde Edmar Santos foi preso no dia 10 de julho de 2020 sob acusação de integrar uma organização criminosa que teria fraudado contratos de compra de respiradores pulmonares para combate à pandemia do novo coronavírus. O ex-secretário do Rio fechou delação com o MPF e foi solto no dia 6 de agosto de 2020, após decisão dada a pedido da Procuradoria-Geral da República pelo Superior Tribunal de Justiça.
A ação foi um desdobramento da Operação Mercadores do Caos, do Ministério Público do Rio, sobre fraudes em contratos da Secretaria Estadual de Saúde, que já tinha resultado na prisão do ex-subsecretário executivo Gabriell Neves, no início de maio deste ano.
Dias depois da prisão de Neves, ainda em maio, Edmar Santos foi exonerado do cargo de secretário estadual de Saúde.
A denúncia alega que Edmar Santos atuou de forma consciente, "em comunhão de ações e desígnios" com Neves e outros investigados na primeira fase da operação Mercadores do Caos, para desviar recursos públicos destinados à compra de ventiladores pulmonares.