Operação policial tenta prender envolvidos em monopólio de venda de cigarros no Rio

Mais de 300 agentes estão nas ruas para cumprir 34 mandados de prisão e 75 de busca e apreensão. Entre os procurados estão representantes de uma escola de samba do Rio

Viaturas da Polícia Federal na sede do Rio de Janeiro
Viaturas da Polícia Federal na sede do Rio de Janeiro -
Rio - As polícias Federal e Civil, o Ministério Público do Rio (MPRJ) e a Receita Federal deflagram nesta quinta-feira (24) a 'Operação Fumus' para prender criminosos que monopolizaram a comercialização ilegal de cigarros no Rio de Janeiro, impondo a violência. Entre os principais alvos estão os irmãos Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, e Cláudio Nunes Coutinho, primos de Hélio Ribeiro de Oliveira, o Helinho, presidente de honra da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio. Adilsinho e o irmão não foram encontrados e são considerados foragidos.
Ao todo, são 40 pessoas denunciadas, 34 mandados de prisão preventiva e 75 mandados de busca e apreensão expedidos. O irmão de Helinho, João ribeiro de Oliveira, e mais seis policiais militares também estão entre os denunciados. Na última atualização, quatro pessoas tinham sido presas. Um dos presos é o policial militar Flávio Lúcio de Oliveira, lotado no 40º BPM (Campo Grande).
Investigações apontam que entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020 o bando obteve um lucro de mais de R$ 9 milhões, rendendo cerca de R$ 1,5 milhão por mês. O grupo age obrigando pequenos comerciantes a venderem cigarros de marca C-One, da Companhia Sulamericana de Tabacos, com sede em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Procurada, a assessoria de imprensa da Grande Rio disse que não iria comentar sobre o caso. O DIA tenta contato com a Companhia Sulamericana de Tabacos.
As investigações tiveram início em 2019 e, além da organização criminosa, apuram o cometimento de diversos outros crimes, entre eles: extorsão, roubo, corrupção, lavagem de dinheiro, duplicada simulada e delitos tributários. Os lucros oriundos da comercialização ilegal dos cigarros eram obtidos por meio de roubo e extorsão de comerciantes; e os demais crimes praticados para sustentar e manter a atividade delituosa da organização.
A operação emprega mais de 300 policiais federais, além de promotores e agentes do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e policiais da Corregedoria da Polícia Civil.
Em nota, a Polícia Civil informou que "a Corregedoria da Polícia Civil participou da operação de hoje, que apura fatos que aconteceram em gestões passadas. A Polícia Civil, na atual gestão, tem como uma de suas metas auxiliar no aumento da arrecadação fiscal do estado. Para isso, entre outras ações, está o foco na repressão ao contrabando de cigarros, especialmente nas fronteiras do estado, onde vem fomentando sua atuação de combate e repressão".
Já a Polícia Militar informou que atuou em conjunto na operação. "A Corregedoria da Polícia Militar já tem procedimentos apuratórios internos em aberto para averiguar os policiais militares envolvidos no caso. A corporação seguirá colaborando com as investigações. Ressaltamos que o Comando da Corporação não compactua com possíveis desvios de conduta ou excessos cometidos por seus integrantes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos".
De acordo com a PF, o bando atua em áreas dominadas por traficantes ou por milícias.
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