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Cariocas estão aproveitando repescagem para burlar vacinação; prefeitura vai investigar

Será feito um levantamento para punir quem está tomando a primeira dose repetidamente para receber a vacina preferida. Imunização para lactantes é anunciada para a próxima semana

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, fez um apelo para que as pessoas não tentem escolher vacinas. A fala foi feita durante o 25° Boletim Epidemiológico do Rio nesta sexta-feira (25)
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, fez um apelo para que as pessoas não tentem escolher vacinas. A fala foi feita durante o 25° Boletim Epidemiológico do Rio nesta sexta-feira (25) -
Rio - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, fez um apelo para que todos os cariocas não tentem burlar o sistema de vacinação contra a covid-19 nos postos de saúde. Ele reiterou que todas as pessoas devem se imunizar com o que estiver disponível, sem preferência por determinado fabricante. Segundo Paes, algumas pessoas estariam tentando fraudar a vacinação tomando a primeira dose repetidamente, se aproveitando da repescagem para realizar a atividade ilegal. As informações foram dadas durante a manhã desta sexta-feira (25), na apresentação do 25° Boletim Epidemiológico da cidade.
“Estamos inaugurando uma atividade nova no Brasil que é o 'sommelier de vacina'. Tinha gente que tomou a primeira dose da vacina e usando a repescagem, de repente, resolveu tomar outro imunizante, no seu estilo 'sommelier de vacina', sem dizer que já tinha recebido a primeira aplicação de outra vacina. Eu quero repetir, não é um momento de ameaça, mas nós temos registro de todo mundo que vacina, anotamos o CPF e a identidade, esses dados serão cruzados”, afirmou Paes.
O secretário de Saúde do Rio, Daniel Soranz, mencionou que pelo menos 16 pessoas teriam sido identificadas através dos dados da prefeitura realizando a atividade. Paes reforçou que todas as vacinas são seguras e eficazes contra o vírus. Ele classificou a atividade como criminosa e pediu aos cariocas que confiem na ciência e nas autoridades sanitárias.
“Isso é criminoso, é fraude, é desrespeito à vida, o que pudermos imaginar de pior, então, quero reiterar aqui o nosso pedido, não fiquem nessa de escolher vacina, eu tive orgulho de ser vacinado na última quinta-feira (17) com a AstraZeneca e não senti nada”, disse.
Até esta sexta-feira (25), cerca de 3,8 milhões de vacinas foram aplicadas para primeira e segunda dose, o que representa uma cobertura de 42% de toda a população carioca com a primeira aplicação e 14,5% imunizada com duas doses. Em relação ao público-alvo (maiores de 18 anos), 53,7% estão protegidos com a primeira dose e 18,5% com a segunda.
O número de pessoas internadas com covid-19 é de 1.111 pessoas e a média móvel de mortes pela doença é de três óbitos. Até as últimas 24 horas, 597 pessoas estavam sendo atendidas nos leitos de UTI da cidade.
Vacinação para lactantes anunciada
Eduardo Paes também anunciou a vacinação para lactantes a partir da próxima segunda-feira (28). A inclusão do grupo já acontecia na maior parte dos municípios da Região Metropolitana e o Rio de Janeiro também atendeu ao pleito do segmento. O prefeito do Rio reforçou a necessidade de apresentar um laudo médico para receber o imunizante.
“A partir de segunda-feira (28), a gente começa a vacinar lactantes. Para que elas possam receber a vacina é necessário apresentar um laudo médico de um profissional de saúde. Eu pedi pra destacar esse tema, pois existe uma angústia de diferentes setores da sociedade, eu sou pai de 2 filhos, filho causa sempre angústia na gente, imagina o recém-nascido”, afirmou.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, falou sobre a vacinação contra a gripe e fez um apelo à população para que todos continuem mantendo as medidas de segurança e distanciamento social. Ele explicou que durante o período de inverno o risco de contrair a covid-19 e outras doenças respiratórias é maior.
“Estamos também realizando a vacinação contra a gripe, tivemos uma cobertura baixa, então promovemos ainda a vacinação contra a gripe até o dia 30, ela está aberta a todos os grupos que têm direito. Aproveitamos para chamar todo mundo para se vacinar contra gripe”, disse.
Podem se vacinar contra a gripe crianças de 6 meses até 6 anos, pessoas com mais de 60 anos e pessoas com comorbidade. É necessário levar a carteira de identidade e, para os grupos com comorbidade, um laudo médico comprovando a doença. Quem tomou a primeira dose contra a covid-19, no caso das vacinas da AstraZeneca e da Pfizer, deve aguardar 14 dias para poder se imunizar contra a influenza. No caso da Coronavac, deve ser aguardado o período de 14 dias após a segunda dose do imunizante contra a covid para receber o da influenza.
* Estagiário, sob supervisão de Gustavo Ribeiro