Viúva de Adriano da Nóbrega casa com empresário que devia dinheiro ao miliciano

De acordo com um relatório da Polícia Federal divulgado pelo Jornal O Globo, novo companheiro tinha envolvimento com o criminoso morto.

Julia Lotufo, viúva de Adriano da Nóbrega, apontado como chefe da milícia da Zona Oeste do Rio, se envolveu em uma confusão em Goiânia
Julia Lotufo, viúva de Adriano da Nóbrega, apontado como chefe da milícia da Zona Oeste do Rio, se envolveu em uma confusão em Goiânia -
Rio - Após oito meses da morte do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, Júlia Emília Mello Lotufo, viúva do ex-capitão do Bope, casou-se novamente. Como novo companheiro, Júlia escolheu o empresário Eduardo Vinicíus Giraldes Silva que, de acordo com um relatório da Polícia Federal divulgado pelo Jornal O Globo, tinha envolvimento com o criminoso morto.
Segundo o levantamento da PF, investigadores acreditam que exista algum tipo de negócio ilícito entre o empresário e o ex-dono da milícia de Rio das Pedras e da Muzema, na Zona Oeste do Rio. Giraldes devia dinheiro a Adriano, que mantinha em seu ramo de negócios ilegais um esquema de agiotagem.
Ainda de acordo com o documento, o empresário e o miliciano teriam se aproximado através de um coronel da Polícia Militar da ativa e Giraldes teria feito um empréstimo com Adriano em agosto de 2018.
Como viúva, Júlia teria ficado com a herança proveniente do crime. Já o novo casamento foi divulgado no pedido da defesa de Júlia para que a prisão dela fosse revogada. Os advogados incluíram a declaração da união estável do casal aos autos.
Ainda segundo a reportagem, além de apontar os negócios com Adriano, o relatório de Inteligência da PF informa que Giraldes foi condenado a oito anos e três meses de prisão por associação criminosa, falsificação e uso de documento particular, furto mediante fraude e furto qualificado. Ele também foi alvo na Operação Nômade II, em janeiro de 2014, por integrar uma quadrilha que falsificava cartões de crédito.
Morte de Adriano da Nóbrega
O miliciano e ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano da Nóbrega morreu no dia 9 de fevereiro de 2020 em confronto com a polícia na Bahia. Ele é apontado como chefe do Escritório do Crime, grupo de matadores suspeito de ligação com as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrida em março de 2018. A Polícia Civil do Rio, que monitorava o miliciano, participou da ação com informações de inteligência.
O confronto com a polícia aconteceu na Zona Rural da cidade de Esplanada, onde o ex-capitão mantinha um esconderijo. Contra Adriano da Nóbrega, que estava foragido, havia um mandado de prisão expedido em janeiro de 2019. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia, quando os policiais tentaram cumprir o mandado de prisão ele resistiu com disparos e acabou ferido.
Ele chegou a ser socorrido para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos, segundo o órgão. Com Adriano foi encontrada uma pistola austríaca calibre 9mm. Após fazerem buscas em outros locais da casa, os policiais encontraram mais três armas.