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Imunização no Rio: Governo antecipa intervalo da segunda dose da AstraZeneca

Medida visa acelerar ainda mais o esquema vacinal, tendo em vista que os municípios já estão com estoque disponível do imunizante para a segunda dose; Infectologista prevê possível problema na possível sobrecarga dos postos de saúde

Intervalo da segunda dose da vacina AstraeZeneca passa de 12 para 8 semanas
Intervalo da segunda dose da vacina AstraeZeneca passa de 12 para 8 semanas -
Rio - O Governo do Rio decidiu antecipar o intervalo da segunda dose da vacina AstraZeneca de 12 para 8 semanas. O anúncio foi feito na noite desta segunda-feira, após uma reunião com representantes do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e, após consulta ao grupo de especialista e epidemiologista da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Segundo a pasta, a medida visa acelerar ainda mais o esquema vacinal, tendo em vista que os municípios já estão com estoque disponível do imunizante para a segunda dose. O intervalo antecipado para a aplicação da segunda dose da vacina está em acordo com o descrito na bula do produto.
Para o diretor médico do Hospital Universitário da UFRJ e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, não há uma perda significativa da capacidade de imunização com a redução do intervalo, o problema está na possível sobrecarga dos postos de saúde. "Entre oito ou doze semanas não há uma perda muito grande de eficácia. A recomendação é de intervalos mais longos exatamente porque há um ganho de eficácia. A questão é a estrutura. As vacinas da segunda dose já estão estocadas, então, teoricamente, antecipar não vai deixar de fazer bem, mas, por outro lado, significa um estresse maior para o sistema de vacinação", disse.
"Muitos municípios aceleraram a vacinação da primeira dose, aumentando a demanda pela vacinação nos postos. Dessa forma, diminuindo para oito semanas, você vai pegar todo mundo que se vacinou em abril e maio e vai fazer a segunda dose ainda neste mês de julho. Você dobra a necessidade da segunda dose. Em relação às doses, não teria problema, elas estão estocadas. O problema é a estrutura de você conseguir avaliar o impacto disso nos postos de vacinação. A demanda de pessoas procurando a unidade", explicou Chebabo.
Ainda de acordo com o infectologista, não havia motivo para mudança no protocolo. "A estratégia de vacinar muita gente com a primeira dose, nesse momento, com as variantes que a gente tem circulando no país, mostraram-se eficazes. Conseguiu reduzir o número de casos e mortes. Eu não sei se, neste momento, a gente precisaria mudar de estratégia".
Em nota, a SES informou que "todas as vacinas disponíveis no Brasil são eficazes para o processo de imunização, como indicam estudos". A paste reforçou, também, que a população retorne aos postos de saúde para aplicação da segunda dose, completando o esquema vacinal".
Procurada pelo MH, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que irá avaliar a recomendação.