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Movimento social pede à ONU investigação sobre crianças desaparecidas em Belford Roxo

No documento, enviado em português e em inglês, o MNDH pede para que o Estado brasileiro se manifeste sobre o assunto e ainda aponta dados sobre o desaparecimento de crianças no país

Familiares e amigos das crianças desaparecidas já fizeram protestos
Familiares e amigos das crianças desaparecidas já fizeram protestos -
Rio - O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) denunciou, nesta terça-feira, o caso dos três meninos desaparecidos de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e pediu uma investigação ao Comitê contra o Desaparecimento Forçado das Nações Unidas (ONU).  As vítimas são os garotos Alexandre da Silva, de 10 anos; Fernando Henrique, de 11 anos; e Lucas Matheus, de 8 anos.

As crianças foram vistas pela última vez em uma feira do bairro Areia Branca, em Belford Roxo. Elas desapareceram depois de saírem para brincar num campo de futebol próximo ao condomínio onde moravam, no bairro Castelar, por volta das 10h30 do mesmo dia.

"Esta denúncia pretende apontar a necessidade de uma investigação firme e objetiva do Estado sobre o caso. Trata-se de um desparecimento forçado que pela Convenção Internacional para Proteção de todas as Pessoas contra o Desaparecimento forçado deve investigar e exigir do Brasil uma resposta", disse Rita Corrêa Brandão, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), que integra a coordenação do MNDH-RJ.

No documento, enviado em português e em inglês, o MNDH pede para que o Estado brasileiro se manifeste sobre o assunto e destaca que das mais de 80 mil pessoas desaparecidas no Brasil em 2019, 40% delas são crianças e adolescentes, conforme dados do Anuário de Segurança Pública.

"Essa denúncia será para que o caso seja incluído no relatório periódico desse comitê e para solicitar providências investigatórias, tendo em vista que os meninos desapareceram há mais de sete meses e até agora o caso não foi elucidado. O desaparecimento forçado é uma grave violação de direitos humanos e do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, que prevê o direito à vida, e também da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz que 'todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal'", observou o advogado do MNDH, Carlos Nicodemos.

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. Uma das linhas de investigação seria a suposta participação de traficantes no desaparecimento dos garotos.