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Milícia tira teto de famílias

PMs que não honram a farda tomam casas pra revender em imobiliária

Agentes da Corregedoria apreenderam várias paradas na casa dos tiras investigados
Agentes da Corregedoria apreenderam várias paradas na casa dos tiras investigados -

O delegado Willian Pena Júnior, diretor da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), disse ontem que policiais do 20º BPM (Mesquita), investigados por envolvimento com uma milícia, tentaram coagir uma testemunha ao invadir a casa dela à noite usando fardas da PM. Cinco PMs da ativa foram alvos de busca e apreensão e um reformado teve a prisão temporária decretada por cinco dias. 

As investigações da Draco apontam que o cabo reformado Júlio Cesar dos Santos Marques chefia a milícia que atua na Baixada Fluminense e na Zona Oeste. O grupo se apossa de terrenos para revenda em uma imobiliária criada por ele. Júlio foi preso ontem. 

Pena explica que ele se prevaleceu do acesso ao batalhão da PM em Mesquita para pedir ajuda para colegas de farda que trabalharam com ele.  

"Por ser policial tinha acesso fácil ao batalhão. Soubemos que policiais militares fardados invadiram a casa de uma testemunha. Quando souberem que ela esteve na Draco, a vítima foi agredida", relatou o delegado, afirmando que a polícia incluiu no inquérito imagens com os policiais na invasão. 

De acordo com os investigadores, o PM reformado fazia uso da força armada para tomar para si os terrenos invadidos. Além disso, Júlio Cesar dos Santos Marques coagia moradores, comerciantes e mototaxistas com a cobrança de uma taxa de segurança. "Invadiram vários terrenos e ameaça mostrando armas de fogo', ressaltou o delegado da Draco.