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Poliçada é o alvo

Em favelas de Caxias, ordem de traficas é atirar nos tiras pra matar

A Polícia Civil deflagrou ontem a Operação Domínio Final contra o braço financeiro do tráfico de drogas nas comunidades Parada Angélica e Vila Sapê, em Duque de Caxias. Agentes estiveram nas ruas para cumprir 28 mandados de prisão e 27 de busca e apreensão. Três pessoas foram presas: duas com mandados e uma em flagrante.

Investigações da 62ª DP (Imbariê) apontam que, além da venda de drogas, os traficantes da região criaram uma rede de roubos e revendas de diferentes tipos. Em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a Polícia Civil identificou que o chefe do tráfico na Vila Sapê, Diony Lopes Torres, o Playboy, movimenta cerca de R$ 2 milhões por mês.

Playboy também gerencia a Favela do Caleme, em Teresópolis, uma espécie de filial. Agentes apuraram que um chefe da mesma quadrilha, o Sombrão da VK, que está preso, ordenou que o grupo tomasse as comunidades de Teresópolis das mãos de facções rivais para "vermelhar" a cidade, em referência ao Comando Vermelho. Em todas as comunidades, a quadrilha atua com intimidação a moradores.

Interceptações telefônicas também revelam como os traficantes das duas comunidades agiam contra policiais. Criminosos davam ordens para atirar em viaturas e matar quem entrasse em seus domínios. "Se entrar de novo, atira. Pode atirar que não vai dar em nada. Se um policial morrer, não dá em nada", disse o delegado Marcos Santana, revelando um dos trechos obtidos. 

Segundo o delegado, o áudio é atribuído a Playboy. O episódio ocorreu quando uma viatura de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) da Polícia Militar tinha entrado na comunidade. Playboy também comanda o tráfico na comunidade do Caleme, em Teresópolis, na Região Serrana. Já os traficantes Bola e Rex são responsáveis pela venda de drogas em Parada Angélica. 

"A gente sabe que uma certa facção no Rio faz esse enfretamento contra o Estado. É a luta do bem contra o mal de verdade. Por uma viatura da polícia entrar na comunidade, eles entenderam que ela não podia fazer essa rota e o líder determinou que podiam atirar na viatura", frisou o delegado.