Justiça mantém prisão de dono de empresa envolvida em fraudes com criptomoedas

Investigações apontaram que a GAS Consultoria é responsável por um esquema de pirâmide. Dos cinco presos em ação, três continuam presos

STJ negou pedido de habeas corpus do empresário Glaidson
STJ negou pedido de habeas corpus do empresário Glaidson -
Rio - A Justiça Federal do Rio manteve a prisão preventiva de Glaidson Acácio dos Santos, durante audiência de custódia, nesta sexta-feira (27). As informações são do G1. Glaidson foi preso na última quarta-feira (25), na operação "Kryptos" da Polícia Federal, em uma casa de alto padrão, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. A ação foi realizada contra donos da GAS Consultoria, com sede em Cabo Frio, na Região dos Lagos, responsável por fraudes envolvendo o mercado de criptomoedas.

A operação resultou na prisão de cinco pessoas. A Justiça também decidiu manter a prisão de Tunay Pereira Lima e sua esposa, Marcia Pinto dos Anjos. Os outros dois presos na ação, Arthur dos Santos Leite, apontado como "trader" da empresa, e Guilherme Silva de Almeida, sócio de uma das empresas de Glaidson, também passaram por audiência de custódia nesta sexta e serão soltos.

O advogado Thiago Minagé, que defende Glaidson, informou ao G1 que recebeu de forma respeitosa a decisão, mas vai entrar com um habeas corpus no Tribunal Regional Federal (TRF). Nesta quinta-feira (26), apoiadores e investidores da GAS ocuparam a orla da Praia do Forte, em Cabo Frio, pedindo pela liberdade do dono da empresa. Clientes também criaram um abaixo-assinado pedindo pela manutenção das atividades da empresa e pela revogação da prisão, até que se prove que as atividades dele são ilícitas.

Até 2014, Glaidson Acácio era garçom em um restaurante em Búzios. Entre 2018 e 2019, abriu empresas de consultoria e investimentos em criptomoedas e, desde então, movimenta muito dinheiro no mercado de moedas digitais. Em sua casa, os agentes encontraram barras de ouro, carros de luxo e cerca de R$14 milhões, que precisaram ser transportados em um carro forte.

Segundo as investigações, a empresa GAS Consultoria é responsável por um esquema de pirâmide chamado 'ponzi', que prometia um "insustentável retorno financeiro sobre o valor investido". Pessoas aportavam grandes quantidades de dinheiro no esquema, que prometia lucros de 10% ao mês sobre o valor investido. O lucro, no entanto, não chegava - tudo o que entrava na empresa ficava com Glaidson e os sócios, segundo a PF.