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Número de cariocas com segunda dose da vacina atrasada caiu 40%

De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Márcio Garcia, o fenômeno provocado pelos resultados do anúncio do comprovante da vacina foi considerado um caso de sucesso

Vacinação da covid-19
Vacinação da covid-19 -
Rio - Com o anúncio, feito pela Prefeitura do Rio, do 'passaporte da vacina', o número de cariocas que estava com a segunda dose atrasada da vacina contra a covid-19 caiu em em 40%. Além disso, o secretário de Saúde do Rio, Daniel Soranz, informou à reportagem, na quinta-feira (2), que a aplicação da segunda dose do imunizante CoronaVac será retomada no sábado (4). Há expectativa do estado receber cerca de um milhão de doses de imunizantes, sendo 800 mil da CoronaVac e 200 mil da Pfizer nesta sexta-feira (3).
De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Márcio Garcia, o fenômeno provocado pelos resultados do anúncio do comprovante da vacina foi considerado um caso de sucesso. "As pessoas passaram a procurar um estabelecimento da Saúde para se vacinar e tivemos uma redução de 40% de quem estava com a segunda dose em atraso, então isso é o significado de que realmente a estratégia deu certo e acaba sendo um incentivo para aquelas pessoas que não se vacinaram seja com a primeira dose ou que estavam com dose em atraso para procurarem uma unidade de saúde para regularizar a sua situação vacinal", afirmou.
O secretário municipal da Saúde, Daniel Soranz, mencionou que a Prefeitura não esperava um resultado tão positivo e que a prefeitura vai realizar ações de treinamento até o dia 15 de setembro. "Foi muito impressionante a corrida para tomar a primeira e a segunda dose de pessoas que estavam com a vacina atrasada. A gente não esperava um resultado tão positivo em relação a isso. O nosso presidente da vigilância sanitária, Rodrigo Prado, está montando algumas ações de treinamento com setores regulados, com orientações de como pode ser feito a fiscalização dos comprovantes", disse.
O decreto que determina que a população deverá mostrar o comprovante de vacinação para acessar determinados ambientes fechados, como teatros, cinemas, academias e museus foi publicado em Diário Oficial na última sexta-feira (27). O comprovante pode ser através da caderneta de vacinação em papel, entregue no ato da vacinação contra a covid-19, ou pelo aplicativo ConecteSUS, que também mostra o status da imunização. O decreto passa a valer a partir de 15 de setembro.
O comprovante de vacinação também será obrigatório para a realização de cirurgias eletivas em unidades de saúde públicas e privadas. Além disso, beneficiários do Cartão Família Carioca e pessoas que pleitearem a inclusão no programa também devem apresentar o comprovante de vacinação, sob risco de ter o benefício negado.
O município havia suspendido a aplicação da segunda dose da vacina CoronaVac por falta do imunizante a partir de quinta-feira (2). Nas redes sociais, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciou que estava esperando dez milhões de doses da Sinovac/Butantan.
Na segunda-feira (30), a SMS suspendeu a repescagem da vacinação para pessoas com idades entre 18 e 39 anos. Na noite de terça-feira (31), a pasta já havia anunciado a suspensão da aplicação em adolescentes com 16 anos ou mais, também por conta da falta de doses.
Além disso, o número de internados pela doença caiu 10%, e a fila de espera por leitos zerou.

Fraude no 'passaporte da vacina'
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) identificou oito casos de pessoas que tentaram obter de forma irregular os comprovantes de vacinação em postos da Coordenação de Atenção Primária da região 5.1 (Realengo e Bangu), duas delas feitas pela mesma pessoa em unidades de saúde diferentes.
Em um dos casos, segundo a SMS, o homem sugeriu que seu cadastramento no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), fosse feito sem que ele tomasse a vacina, o que é irregular e foi negado.
Outras três pessoas (uma delas tentou duas vezes em unidades diferentes) receberam os comprovantes parcialmente preenchidos na área de checagem de documentos e cadastro, e, tentaram fugir das unidades antes de serem vacinados. Profissionais foram atrás dos pacientes e conseguiram recuperar os quatro documentos, que foram cancelados, assim como os registros no SIPNI.
O sexto caso ocorreu no dia 24 de agosto e os outros dois no dia 28, na mesma unidade. Nessas três últimas situações, as pessoas receberam os comprovantes parcialmente preenchidos e conseguiram fugir sem serem vacinadas. A direção da unidade registrou boletins de ocorrência de roubo do comprovante vacinal no sistema Delegacia Online, da Polícia Civil, informando os dados de identificação dos três pacientes: nomes completos e números do CPF. Os registros no SIPNI foram cancelados.
O comprovante de vacinação só é válido com a identificação e assinatura do vacinador, que são incluídos após a aplicação da vacina. Sem o preenchimento completo e correto, o documento é considerado adulterado e o portador pode ser punido.
A SMS informou que, as direções das unidades fizeram ajustes nos fluxos de atendimento à população, para coibir novas tentativas de irregularidades semelhantes.