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Com cinco empresas fechadas, Consórcio Santa Cruz entra em recuperação judicial

Grupo é responsável por 19% de todo o volume de passageiros de ônibus da cidade do Rio

Equipe aplicou nove multas ao consórcio Santa Cruz, responsável pelas linhas 821, 835 e 838
Equipe aplicou nove multas ao consórcio Santa Cruz, responsável pelas linhas 821, 835 e 838 -
Rio - O Consórcio Santa Cruz entrou em recuperação judicial, após pedido ser deferido na tarde desta terça-feira (14) pela 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). Responsável por 19% de todo o volume de passageiros de ônibus da cidade do Rio, o Santa Cruz é o mais afetado pela invasão do transporte clandestino por vans e já é o segundo dos quatro consórcios a solicitar o recurso legal para não ser obrigado a encerrar suas atividades, o que deixaria os passageiros da Zona Oeste sem linhas de ônibus.

O grupo já contabiliza cinco empresas fechadas em decorrência da crise financeira, sendo elas Andorinha, Top Rio, Algarve, Rio Rotas e Bangu e, das seis companhias que se mantêm em operação, a metade já está em regime de Recuperação Judicial, Campo Grande, Pégaso e Palmares. Desde março de 2020, as empresas de ônibus cariocas acumulam déficit financeiro de R$1,9 bilhão e já foram fechadas 16 empresas, além da demissão de 21 mil profissionais rodoviários.

Assim como o Intersul, que entrou em Recuperação Judicial no último dia 3, o pedido do Santa Cruz tem como base três aspectos amplamente sinalizados pelo setor ao poder público: cenário de crise econômica severamente agravada pela pandemia, com redução de 50% no número de passageiros pagantes; quase três anos de tarifas congeladas; além da queda das Centralizações Trabalhistas, o que resulta na iminente execução de processos que totalizam mais de R$100 milhões.

"A Zona Oeste vive diariamente as consequências da desestruturação da mobilidade urbana, potencializada com a pandemia. Como se sabe, o avanço do transporte irregular tem gerado concorrência predatória, com reflexos devastadores às empresas, bem como aos passageiros. Temos confiança no planejamento que vem sendo adotado pela prefeitura, porém, nos preocupa a velocidade deste trabalho, tendo em vista o crescente estrangulamento financeiro do setor. A Recuperação Judicial tem sido o último recurso das empresas para não fecharem definitivamente suas portas, permitindo a reestruturação jurídica do setor, de forma coordenada e com a possibilidade de participação do Poder Concedente", explicou o porta-voz do Rio Ônibus, Paulo Valente.