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Homem filmado agredindo grávida em Caxias é preso e diz que se tratava de 'briga de casal'

Nas imagens, Maria José tenta se jogar pela janela para fugir do agressor. Após a filmagem, os vizinhos foram ao apartamento e o espancamento cessou

Desespero: vítima tenta se jogar da janela para fugir de agressões de companheiro em Caxias
Desespero: vítima tenta se jogar da janela para fugir de agressões de companheiro em Caxias -
Rio - Está preso o homem que foi filmado agredindo uma mulher grávida de três meses no apartamento em que o casal morava com o filho da vítima em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A ação foi registrada por vizinhos que acompanhavam o histórico de violência contra a mulher e tinham até um grupo para se articular contra o crime. Nas imagens Maria José tenta se jogar pela janela para fugir do agressor. Vitor Batista fecha a janela ao perceber que está sendo filmado. Após a gravação, os vizinhos foram ao apartamento e o espancamento cessou. 
Na véspera, a vítima já havia pedido socorro em um bilhete lançado pela janela. O companheiro, soldador e motorista de aplicativo Vitor Batista, de 32 anos, percebeu o pedido e prometeu matar a vítima. Ele foi preso em flagrante por agentes da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias por tentativa de feminicídio, perseguição (stalking) e cárcere privado. Na unidade policial, Vitor afirmou que as sessões de espancamento eram "apenas uma briga de casal".

Em maio, Maria José chegou a se jogar da janela para se livrar das agressões. Ela fraturou o pé e precisou passar por uma cirurgia. A relação durou quase dois anos e foi marcada pela violência.

"Ele tinha ciúme e era muito possessivo, não me deixava ir para rua, só para o trabalho. Inclusive perdi meu emprego. No que ele me agredia, eu ficava marcada e não podia trabalhar. Eu inventava desculpas, porque eu ficava dentro de casa", conta Maria José em entrevista ao RJTV2 da TV Globo. A vítima completou que acreditava que o companheiro mudaria de comportamento, por isso não o denunciava.
A delegada titular da Deam, Fernanda Fernandes, informou que o filho da vítima também era agredido. A delegada reforça a importância da ação dos vizinhos em casos de violência doméstica. "A vítima nunca acha que o companheiro terá coragem de matá-la", explica.