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Mortes em Anchieta: DH não assume caso por pouco efetivo

Samuel Vicente, de 17 anos, e seu padrasto William Vasconcellos da Silva, 38 anos, foram mortos no fim da madrugada do último sábado ao serem baleados por PMs

Policia - Familiares de Samuel Vicente de 17 anos e Willian Vasconcelos, 38 anos, mortos ontem, em Ricardo de Albuquerque, zona norte do Rio, estiveram no IML, no centro do Rio, na manha de hoje, para liberaçao dos corpos. Na foto, Sonia Bonfim Vicente, mae de Samuel e esposa de Willian.
Policia - Familiares de Samuel Vicente de 17 anos e Willian Vasconcelos, 38 anos, mortos ontem, em Ricardo de Albuquerque, zona norte do Rio, estiveram no IML, no centro do Rio, na manha de hoje, para liberaçao dos corpos. Na foto, Sonia Bonfim Vicente, mae de Samuel e esposa de Willian. -
Rio - A Polícia Civil disse, nesta segunda-feira (27), que a falta de efetivo é um dos fatores para que as mortes de Samuel Vicente, de 17 anos, e de seu padrasto William Vasconcellos da Silva, 38 anos, não sejam investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital, com sede na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Os dois foram mortos a tiros, em uma ação da Polícia Militar, no fim da madrugada do último sábado, em Anchieta, na Zona Norte do Rio. 
Em nota divulgada para a imprensa, a corporação esclarece a falta de concurso publico há cerca de 10 anos. "A condução da investigação está a cargo da 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) e não da DHC, pois quando foi criada ficou definido por normativa que a Área Integrada de Segurança Pública (AISP), que engloba as circunscrições da 27ª (Vicente de Carvalho), 31ª DP e 39ª DP (Pavuna), ficaria de fora por falta de efetivo. Como praticamente não houve concursos públicos nos últimos 10 anos, a Polícia Civil não teve como ampliar o efetivo e o escopo da DHC".
Depoimento dos policiais militares Leonardo Soares Carneiro e Edson de Almeida Santana, que estavam na operação policial que resultou nas mortes e deixou ainda duas pessoas feridas apresentam contradições. 
Em um primeiro momento, os PMs afirmam que atiraram porque Samuel estaria com um fuzil e mirou na direção deles. Logo depois, os agentes alegam ter encontrado uma arma menor. 
Samuel e a namorada Camily da Silva Apolinário estavam na garupa da moto do padrasto do rapaz, William, quando foram atingidos por tiros disparados pelos PMs. O padrasto estava socorrendo a jovem, que estava passando mal. Além do trio, uma quarta pessoa que não teve a identificação divulgada também foi baleada. 
Os policiais responsáveis pela ocorrência afirmaram que se tratavam de suspeitos de envolvimento com o tráfico, mas a versão foi desmentida pela família. Samuel era aluno de uma escola da Polícia Militar e o padrasto trabalhava em uma farmácia ao lado de casa. Os corpos ainda não foram enterrados e a família alega dificuldades financeira para o enterro. 
Armas apreendidas
A Polícia Civil afirma que a diligências estão sendo realizadas realizadas e que testemunhas estão prestando depoimento. O caso inicialmente foi registrado na delegacia de Vicente de Carvalho e transferido para a 31ª DP (Ricardo de Albuquerque).
De acordo com a instituição, as armas dos policiais militares foram apreendidas e levadas para serem periciadas. 
O porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, disse que a Corporação da PM abriu inquérito e vai apurar os depoimentos dos policiais. A PM vai colaborar com as investigações da Polícia Civil. 
Policia - Familiares de Samuel Vicente de 17 anos e Willian Vasconcelos, 38 anos, mortos ontem, em Ricardo de Albuquerque, zona norte do Rio, estiveram no IML, no centro do Rio, na manha de hoje, para liberaçao dos corpos. Na foto, Sonia Bonfim Vicente, mae de Samuel e esposa de Willian. Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Samuel Vicente, de 18 anos Reprodução
William Vasconcelos, de 38 anos Reprodução