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Jovem baleada em ação da PM em Anchieta pode integrar programa de proteção à testemunha

Hipótese é analisada pelas comissões de direitos humanos da Alerj e da OAB

Depoimento na 31º DP da sobrevivente Camilly Apolinário, nesta quarta (29),  A jovem estava com o namorado, Samuel do Bonfim Vicente, de 17 anos, e com o padrasto do rapaz, Willian Vasconcellos da Silva, quando os dois foram mortos em uma ação da Polícia Militar no Complexo do Chapadão, em Anchieta, na Zona Norte do Rio, no último sábado.
Depoimento na 31º DP da sobrevivente Camilly Apolinário, nesta quarta (29), A jovem estava com o namorado, Samuel do Bonfim Vicente, de 17 anos, e com o padrasto do rapaz, Willian Vasconcellos da Silva, quando os dois foram mortos em uma ação da Polícia Militar no Complexo do Chapadão, em Anchieta, na Zona Norte do Rio, no último sábado. -
Rio - A deputada Dani Monteiro, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, recebeu nesta quarta-feira (29) os familiares de Samuel Vicente, de 17 anos, e William Vasconcellos, de 38, mortos durante uma ação da PM no último sábado (25), em Anchieta. A namorada do rapaz, Camilly da Silva Polinário, de 18 anos, também compareceu à reunião. A jovem, que levou 54 pontos após ser baleada, chegou ao local de cadeira de rodas e cabeça baixa. A comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que participa do encontro, tentará incluir Camilly no programa de proteção à testemunhas.

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Mãe de Samuel e viúva de William, Sônia Bonfim, chega para a reunião no gabinete da deputada Marcos Porto/Agência O Dia
Samuel Vicente Reprodução
William Vasconcelos, de 38 anos Reprodução
Parentes temem pela segurança da jovem e já foram coagidos enquanto ela estava internada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio. Camilly é a única testemunha do ocorrido. Ela chegou para a reunião acompanhada da irmã e da mãe. Sônia Bonfim, mãe de Samuel, e viúva de William também foi ouvida.
Entenda
Samuel e a namorada, Camilly da Silva Polinário, estavam em uma festa na região do Complexo do Chapadão. Segundo familiares, William estava em casa e foi até o bairro de moto para buscar o enteado e a namorada que estava passando mal. O trio seguia para uma UPA da região quando foi atingido por tiros disparados pelos PMs. Uma quarta vítima também foi baleada.
Na delegacia, a versão pelos policiais apresentou divergências. Eles afirmaram que trocaram tiros com bandidos e que Samuel estava armado com um fuzil. Em seguida, alegam que a arma usada por Samuel era uma pistola. Samuel e o padrasto eram tratados como suspeitos, mas a família contesta a versão apresentadas pelos PMs.
Coação
No domingo, familiares de Samuel e William estiveram no IML e afirmaram que policiais militares estavam coagindo parentes da jovem Camily da Silva, 18 anos, namorada do rapaz. Ela estava internada em um hospital na Penha, depois de ser baleada na ação policial que tirou a vida do namorado.
Segundo a família, Samuel era um rapaz alegre e sonhava seguir na carreira da Polícia Militar. Ele estudava em um colégio cívico-militar e ia se apresentar no Exército ainda este ano. "Seu sonho era usar a farda. Enquanto não realizava, dançava e tinha seu canal no YouTube", relatou a mãe.
Investigações
Na segunda-feira, a Polícia Civil emitiu nota alegando que a falta de efetivo dificulta que a morte de enteado e padrasto seja investigada pela Delegacia de Homicídios da Capital. Segundo a Secretaria Estadual de Polícia Civil, as investigações estão a cargo da 31ª DP (Ricardo de Albuquerque). A Polícia Civil está ouvindo testemunhas e deve convocar, nos próximos dias, a jovem Camily para entender o que houve no momento dos tiros.
As armas dos policiais, dois fuzis calibres 762, foram apreendidos. Os dois PMs envolvidos na ocorrência estão afastados do serviço nas ruas. O porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, disse que a corporação abriu procedimento interno para investigar o caso.