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Vereadores e prefeito de Caxias se reúnem com governador para cobrar soluções contra assassinatos

Vereadores do município se reunirão com o governador Cláudio Castro na tarde desta quinta-feira (14) para pedir celeridade nas investigações das mortes de parlamentares locais. Em sete meses, três vereadores de Caxias foram assassinados

Vereador Sandro do Sindicato é sepultado em Duque de Caxias. Enterro teve a presença do prefeito do município, Washington Reis
Vereador Sandro do Sindicato é sepultado em Duque de Caxias. Enterro teve a presença do prefeito do município, Washington Reis -
Rio - Vereadores de Duque de Caxias e o presidente da Câmara Municipal, Celso do Alba (MDB), se reunirão na tarde desta quinta-feira (14) com o governador do estado, Cláudio Castro (PL), para cobrar soluções aos crimes contra políticos na região. Em sete meses, três vereadores locais foram assassinados. Sandro do Sindicato, morto a tiros na quarta-feira (14), foi enterrado nesta quinta, no cemitério Nossa Senhora do Pilar, sob forte comoção de familiares e eleitores. O prefeito Washington Reis esteve no sepultamento.
Celso do Alba afirmou ter solicitado ao Ministério Público do Rio (MPRJ) que acompanhe de perto as investigações dos três assassinatos em 2021: o de Danilo do Mercado, em março; o de Quinzé, em setembro; e o de Sandro do Sindicato, na última quarta. O presidente da Câmara de Vereadores de Duque de Caxias também cobrou da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) as soluções dos casos. A reportagem apurou que a polícia já tem uma linha de apuração, e a investigação está em estágio adiantado.
"É preocupante. Nós oficiamos o governador, o Ministério Público, para que acompanhem todas as investigações. Estamos cobrando a DHBF também. Os vereadores estão muito preocupados com esses incidentes, esses asassinatos", disse o vereador. "Pedimos ao governador que ele peça ao secretários da Polícia Civil e da Polícia Militar uma resposta. Somos parlamentares, mas somos pais de família. Sabemos do aumento da mancha criminal, não só em Caxias mas na Baixada Fluminense".
Celso da Alba confirmou que parte dos vereadores de Caxias recebe ameaças anônimas através de ligações, e afirmou que isso também será repassado à polícia. "Não queremos criar pânico, mas não vamos nos acovardar", afirmou.
Com cortejo de pés descalços e cânticos de louvor, Sandro é enterrado em Caxias
Familiares, amigos e eleitores deram o último adeus a Sandro do Sindicato na manhã desta quinta-feira (14). O corpo do vereador de 42 anos, morto a tiros na quarta-feira, foi enterrado no cemitério Nossa Senhora do Pilar.
De pés descalços, amigos e parentes de Sandro caminharam em cortejo da igreja Ministério Apostólico Adonai, onde o corpo foi velado, até o cemitério Nossa Senhora do Pilar, onde foi enterrado.
"O Sandro deixou um legado. A lembrança que vai ficar para a gente é a lembrança boa, de ser um bom pai, bom filho, bom irmão, bom líder sindical. Em dez meses, também se tornou um bom vereador. Fazia um bom trabalho. É triste a covardia, mas a gente acredita na justiça de Deus. A do homem é falha, mas Deus não falha, não", desabafou Marco Silva Farias, irmão de Sandro.
No discurso durante o cortejo, o irmão de Sandro comparou as trajetórias do vereador com a do pastor Martin Luther King Jr., expoente da luta pelos direitos civis da população negra dos Estados Unidos, assassinado em 1968. "O Martin Luther King era uma inspiração para ele. Ele o recitava. E se você pegar a História, verá que ele também ficou marcado".
Vereador de primeiro mandato pelo Solidariedade e eleito com mais de 3 mil votos, Sandro dirigia uma van quando foi baleado por tiros de fuzil. O veículo estava na Estrada do Pilar, em Duque de Caxias. Ele morreu na hora.
Caxias tem três assassinatos de vereadores em sete meses
Sandro é o terceiro vereador morto no município em um intervalo de sete meses. Em março, o vereador Danilo Francisco da Silva (MDB), conhecido como Danilo do Mercado, e o filho dele, Gabriel da Silva, de 25 anos, foram executados em plena luz do dia na Praça Jardim Primavera. Quem assumiu a cadeira do político foi a filha do traficante Fernandinho Beira-Mar, Fernanda Costa.
Em setembro, o ex-policial Joaquim José Quinze Santos Alexandre, o Quinzé, de 66 anos, foi morto a tiros na estrada São João-Caxias, no limite entre Caxias e São João de Meriti. No lugar dele, assumiu Elson da Batata (PL), que já foi preso por suposta agressão contra sua ex-esposa.
Com a morte de Sandro, já são 26 os políticos assassinados no estado do Rio desde 2018. Só na Baixada Fluminense, desde 2016, foram contabilizadas 29 mortes de pessoas ligadas à política na região. De acordo com a polícia, boa parte dos crimes tem relação com disputas que envolvem milícias. Em 2020 a Polícia Civil criou uma força-tarefa para investigar a suspeita de exclusividade de curral eleitoral em área de atuação de grupos paramilitares. A força-tarefa foi criada após o assassinato dos candidatos a vereador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Mauro Miranda da Rocha, em setembro, e de Domingos Barbosa Cabral, 20 dias depois.
Colaborou Reginaldo Pimenta
Vereador Sandro do Sindicato é sepultado em Duque de Caxias. Enterro teve a presença do prefeito do município, Washington Reis REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Vereador Sandro do Sindicato é sepultado em Duque de Caxias. Enterro teve a presença do prefeito do município, Washington Reis REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Vereador Sandro do Sindicato é sepultado em Duque de Caxias. Enterro teve a presença do prefeito do município, Washington Reis REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Corpo do vereador Sandro do Sindicato é velado em igreja que frequentava, em Duque de Caxias. Familiares e amigos seguiram o cortejo até o cemitério descalços REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Corpo do vereador Sandro do Sindicato é velado em igreja que frequentava, em Duque de Caxias. Familiares e amigos seguiram o cortejo até o cemitério descalços REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Corpo do vereador Sandro do Sindicato é velado em igreja que frequentava, em Duque de Caxias. Familiares e amigos seguiram o cortejo até o cemitério descalços REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA