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Homenagem a Nelson Freire marca despedida no Theatro Municipal

Velório foi aberto ao público e contou com uma apresentação musical. Músico era considerado um dos maiores pianistas do mundo

Velorio do Pianista Nelson Freire, no Theatro Municipal na Cinelandia, nesta terça feira (02), na foto Fernando Bicudo ex. Pres. do Theatro Municipal.
Velorio do Pianista Nelson Freire, no Theatro Municipal na Cinelandia, nesta terça feira (02), na foto Fernando Bicudo ex. Pres. do Theatro Municipal. -
Rio - Em uma cerimônia aberta ao público, admiradores, familiares e amigos se despediram nesta terça-feira (2) do pianista brasileiro Nelson Freire, que morreu aos 77 anos na madrugada desta segunda-feira (1º), em casa, no bairro da Joatinga, na Zona Oeste do Rio, vítima de uma concussão cerebral, após sofrer uma queda, de acordo com o G1. No velório, realizado no Theatro Municipal, no Centro da cidade, músicos prestaram uma homenagem ao pianista por meio de uma apresentação. Artistas, entidades e até mesmo times de futebol no Brasil lamentaram a morte do músico.
O pianista seria enterrado no cemitério Memorial do Carmo, no bairro do Caju, na Zona Portuária da cidade, mas parentes informaram ao G1 que o sepultamento acontecerá no mausoléu da família, no município de Boa Esperança, em Minas Gerais, onde o pianista nasceu. Ainda não há informações sobre o traslado do corpo do Rio de Janeiro para Minas Gerais.
A última apresentação de Nelson Freire no Theatro Municipal foi em dezembro de 2018. Em 2019, ele sofreu um acidente durante uma caminhada no calçadão da Praia da Barra da Tijuca e precisou ser submetido a cirurgias no ombro. O retorno aos palcos estava previsto para 2020, mas devido à pandemia de covid-19, seus recitais foram cancelados. Há dois meses, ele havia cancelado sua participação como jurado do Concurso Chopin de Varsóvia.

Nascido em 1944, na cidade de Boa Esperança, em Minas Gerais, Freire demonstrou seu talento com o piano precocemente. Aos 3 anos de idade, já tocava o instrumento e impressionava familiares. Depois, sua família saiu da cidade mineira e foi para o Rio de Janeiro, onde Freire passou a receber orientação das pianistas Nise Obino e Lúcia Branco.

Aos 12 anos, se tornou um dos vencedores do Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro, nunca mais se afastou do piano e apresentou uma carreira meteórica. Aos 19 anos, conquistou o primeiro lugar no Concurso Internacional Vianna da Motta, em Lisboa. Já aos 24 anos, estreou com a Orquestra Filarmônica de Nova York. A revista Time, após apresentação nos Estados Unidos, o chamou de "um dos maiores pianistas desta ou de qualquer outra geração".

Freire, então, conseguiu conquistar sucesso nacional e internacional. Já tocou em mais de 70 países e foi o único brasileiro a ser incluído na Great Pianists of the 20th Century, coletânea de 100 volumes com gravações de 72 pianistas lançada mundialmente. Também trabalhou com prestigiados regentes, como André Previn, Rudolf Kempe, Pierre Boulez, Kurt Masur e Lorin Maazel.