Jovens da Tropa Troia do CV têm dentes de ouro e vida curta

Jovens são treinados pelo tráfico para invasões, assassinatos e segurança dos chefes

Nas redes sociais, Boca Rica posta rotina no crime, sempre rodeado por armas em diferentes favelas
Nas redes sociais, Boca Rica posta rotina no crime, sempre rodeado por armas em diferentes favelas -

Nas redes sociais, Boca Rica mostra sua rotina aos seus quase 20 mil seguidores. Sua foto de perfil é um zoom de seu sorriso, cravejado de dentes dourados. Mas, nem tudo que reluz é ouro. O usuário é um traficante sanguinário, integrante dos grupos autointitulados 'Troias' do Comando Vermelho: jovens treinados somente para invasões, assassinatos e segurança dos chefões da facção.

"As equipes Troias não traficam. Elas são treinadas, têm salários altos e só participam de guerras. Além disso, fazem a escolta no deslocamento dos chefes", explicou um agente do Grupo de Investigação Criminal da 54ªDP (Belford Roxo) que, na última quinta-feira prendeu um integrante do grupo, após uma troca de tiros.

Após receber um Disque-Denúncia dando conta de que traficantes estavam se deslocando em dois carros, sob coordenação do delegado José Omena, titular da delegacia, e com apoio de policiais militares, uma equipe passou a fazer rondas procurando os veículos. Próximo ao morro Castelar houve a interceptação e troca de tiros.

"Assim que a viatura deu ordem de parada, eles passaram a atirar. Um dos tiros pegou minha mão, que estava no volante. Mesmo assim, apoiei meu fuzil e revidei os tiros", contou o policial Hélber Sacramento.

Cessado os tiros, os policiais descobriram que uma equipe Troia realizava a escolta de Felipe Rodrigues da Silva, o Lalá, então chefe da Palmeirinha. O criminoso foi morto na ação. Os agentes descobriram que os traficantes estavam se deslocando para a Penha, QG da facção.

Dentes de ouro: tropa do Doca

Na ação que terminou com um policial amputado e Lalá morto, o traficante Roberty Reais, o Loirinho, foi baleado com um tiro de raspão na cabeça e preso.
Loirinho faz parte da equipe de Boca Rica, a Troia 2,e aparece em inúmeras fotos ao seu lado. Entre as fotografias postadas se destacam a vida cheia de armas, bebidas caras e ameaças a rivais. A vida bandida é romantizada: "Soldados guerrilheiros do CV não morrem, viram lenda", postou ontem, Boca Rica, da Penha. A publicação foi compartilhada por seus seguidores.

Além de Boca Rica, os investigadores têm informações que, para se diferenciar, os seguranças do traficante Edgar Alves Andrade passaram a colocar dentes de ouro.
Doca é radicado na Penha mas mantêm controle nas comunidades do Castelar. Após a morte de Lalá ele determinou que Richard Ribeiro do Nascimento, o Richão, assuma o controle da Palmeirinha. Richão é integrante de uma dessas equipes de invasões e tem perfil cruel.
Ele é investigado por, no dia 24 de setembro, ter raptado um policial militar que estava em um bar, próximo ao Castelar, em seu horário de folga. O agente estava sentado quando levou uma machadada na cabeça. Arrastado para dentro do Castelar, foi baleado duas vezes, mas conseguiu fugir. Ele teve a arma e moto levadas por Richão e seu bando, que teriam feito a ação somente porque viram uma oportunidade.

 

 

Traficante Boca Rica: 20 mil seguidores nas redes sociais
Traficante Boca Rica: 20 mil seguidores nas redes sociais reprodução
Jovens da Tropa Troia têm treinamento e salários diferenciados
Jovens da Tropa Troia têm treinamento e salários diferenciados reprodução
Jovens da Tropa Troia têm treinamento e salários diferenciados
Jovens da Tropa Troia têm treinamento e salários diferenciados reprodução
Jovens da Tropa Troia têm treinamento e salários diferenciados
Jovens da Tropa Troia têm treinamento e salários diferenciados reprodução

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