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MPRJ faz operação contra grupo acusado de construir condomínio em área ilegal em Campo Grande

Duas pessoas foram presas. Também serão cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos seis acusados no esquema ilegal

Operação mira quadrilha acusada de construir condomínio em área ilegal em Campo Grande
Operação mira quadrilha acusada de construir condomínio em área ilegal em Campo Grande -
Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/RJ), realiza, na manhã desta quinta-feira, uma operação contra integrantes de uma organização criminosa denunciada pela invasão e construção ilegal de um condomínio em área da Mata Atlântica, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. Os dois alvos da ação foram presos. Além disso, três celulares, diversos documentos, anotação e uma máquina de cartões foram apreendidos.
Ricardo Martins Celestino e Carlos Alexandre dos Santos, que é servidor da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, serão encaminhados para 32ªDP (Taquara) e 34ªDP (Bangu), respectivamente.
Além dos mandados de prisão, também serão cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos seis acusados no esquema ilegal. De acordo com as investigações, além de Ricardo e Carlos Alexandre, Silvânia Alves da Silva, Amanda da Cunha Conceição de Souza, Daniel Estulano Dias e Leonardo Barbosa Oliveira de Souza integram uma organização criminosa para a prática de crimes como loteamento clandestino do solo para fins urbanos, falsidade ideológica, destruição de vegetação da Mata Atlântica e furto qualificado, com a finalidade de obter vantagens econômicas com a venda de casas construídas ilegalmente na localidade do Mendanha, no condomínio conhecido como "Village do Mendanha".

Segundo a denúncia, desde 2017 o grupo liderado por Ricardo dividiu uma área de Mata Atlântica localizada na Estrada do Mendanha, n° 6.526, em lotes, que eram vendidos a terceiros por intermédio de instrumentos contratuais diversos, notadamente promessas particulares de compra e venda, sem registro prévio no Registro Geral de Imóveis. A investigação apurou que para a construção do condomínio, o grupo criminoso destruiu, sem qualquer tipo de licença, aproximadamente 25.000m² de vegetação secundária, em estágio médio de regeneração, da Mata Atlântica.

As investigações mostraram que Ricardo é o principal idealizador da construção ilícita, vendendo e organizando os lotes, além de ser sócio administrador da pessoa jurídica que coordena o loteamento, a Trator Forte Locação de Máquinas Pesadas, na qual ele é sócio de Silvânia. Ainda segundo o MPRJ, outra empresa aparentemente administrada pelo casal, a AR2 Construções e Reformas em Geral, também foi utilizada pelo grupo para concluir o objetivo de entregar o condomínio pronto aos interessados. As empresas foram denunciadas à Justiça.

De acordo com a denúncia, Carlos Alexandre é um dos administradores do projeto e é sócio de Ricardo no empreendimento. As investigações concluíram que sua participação foi imprescindível, em razão do cargo que ocupa, para que os atos da organização fossem praticados sem quaisquer intervenções das facções e outros grupos criminosos que atuam na região.
A operação "Colônia" conta com o apoio do Comando de Policiamento Ambiental da Polícia Militar (CPAM/PMERJ) e auxílio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).