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Adeus ao mestre

Povo do samba lota a quadra da Portela para se despedir de seu maior baluarte, Monarco, morto aos 88 anos

Berço do samba e da alegria, a quadra da Portela amanheceu de luto ontem, com o 'coração em desalinho', como diz a canção de Hildemar Diniz, o mestre Monarco, que morreu no sábado. Ao som dos seus sambas, centenas de pessoas se despediram do baluarte. Canções como 'Vai vadiar", "O Quitandeiro" e "Portela Querida" foram entoadas no velório.

O músico tinha 88 anos e estava internado desde novembro no Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, onde operou o intestino. Muitos famosos estiveram na quadra para dar adeus ao presidente de honra da escola, como os cantores Diogo Nogueira e Paulinho da Viola e a cantora Marisa Monte. O sambista Mauro Diniz, um dos dois filhos de Monarco, ficou o tempo todo ao lado do caixão, coberto com a bandeira da Portela.

Emocionado, o prefeito Eduardo Paes também compareceu: "Eu perdi um grande amigo, um conselheiro. Perdemos um grande patrono do samba".

A sala de troféus da agremiação, inaugurada na última sexta-feira, foi batizada com o nome do cantor e compositor. "Eu via Monarco e eu via o samba. Perdemos uma grande referência", disse Elmo José dos Santos, da Liesa.

Monarco compôs sambas que marcaram a história do gênero em 60 anos de carreira. Obras como "De Paulo a Paulinho"; "Lenço"; "Nunca vi você tão triste"; "Passado de glória"; "Portela desde criança"; "Proposta amorosa"; "Quitandeiro"; "Tudo menos amor" e "Vai vadiar".

O presidente da Portela, Luís Carlos Magalhães afirmou que a partida do mestre abalou toda a escola, em especial a Velha Guarda, da qual ele era o membro mais antigo. "A Velha Guarda vai ficar fragilizada com a perda. Ele era uma figura de carisma, que transmitia muita paz e alegria".