Mais Lidas

Ibama fecha centro de tratamento de animais silvestres

Única unidade do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Rio não tem previsão para ser reaberta

Cetas de Seropédica
Cetas de Seropédica -
Rio - Por tempo indeterminado, o Ibama fechou o único Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), que fica em Seropédica, nesta quarta-feira. A decisão foi tomada há uma semana pela Superintendência Estadual do Instituto em comunicado aos órgãos ambientais do Rio.

A nota, assinada pela chefe da diretoria técnica do Ibama, Hevila Peres da Cruz, informou que a unidade não tem previsão para ser reaberta. "(...) está suspensa temporariamente as atividades da unidade Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama por tempo indeterminado, até que sejam restituídas as condições mínimas de funcionamento", escreveu.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e o Ministério Público Federal (MPF) encaminharam, nesta quarta-feira, um pedido para que o Ibama se responsabilize pelas obras emergenciais na sede do Cetas. A ação civil pública também pediu para que a unidade tenha condições de retomar o funcionamento em até 60 dias.

No momento, há 1,5 mil animais que vivem no Cetas de Seropédica, a única unidade do Estado. Ainda não há informações sobre o que vai acontecer com os animais. Muitos dos que vivem no Cetas são apreendidos em operações contra o tráfico e chegam ao local machucados. 
A informação foi divulgada pelo RJ 2. O Dia tenta contato com o Ibama, que ainda não retornou até o fechamento desta reportagem. 
Em março deste ano, o MPF notificou o superintendente do Ibama no Rio de Janeiro a reestabelecer os cuidados de animais silvestres resgatados e a soltura dos animais saudáveis que estão no Centro de Triagem de Animais Silvestres. A recomendação do órgão aconteceu pelo aumento do número de mortes dos animais no local por causa da falta de cuidadores do Cetas-RJ. Cerca de 600 animais foram a óbito em quatro meses.
Apesar de ser o único local público do Estado, o centro não está recebendo os animais silvestres apreendidos, debilitados, feridos ou filhotes abandonados. O número de animais devolvidos à natureza foi reduzido em 2020 e 2021, mesmo com muitos animais da fauna aguardando há meses pela soltura.

Outra irregularidade identificada pelo MPF foi o fornecimento de alimento para os animais interrompido por um ano. Os animais só sobreviveram por causa de doações de instituições privadas obtidas pelo MPRJ.