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Presidente da Comissão de Carnaval da Câmara pede o adiamento total da folia

O vereador Tarcísio Motta (PSol), presidente do grupo, acredita que os indicadores epidemiológicos da cidade tornam inseguras todas as comemorações, incluindo a da Sapucaí, que segue autorizada pela Prefeitura do Rio

Representação da Sapucaí no Miniatur Wunderland
Representação da Sapucaí no Miniatur Wunderland -
Rio - O vereador Tarcísio Motta (PSol), presidente da Comissão de Carnaval da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pediu, nesta terça-feira, que o carnaval seja adiado para o meio do ano. A proposta foi feita horas após o prefeito Eduardo Paes cancelar o Carnaval de Rua. A decisão foi motivada por uma piora nos indicadores epidemiológicos da cidade, possivelmente impulsionada pela chegada da variante Ômicron, da covid-19. Segundo o parlamentar, faltando apenas 50 dias para as festividades não é possível garantir a segurança de cariocas e turistas. O carnaval está marcado para acontecer entre o dia 25 de fevereiro e o dia 1º de março.

"A disseminação da variante Ômicron em outras partes do mundo já demonstrou que o protocolo de cobrança de passaporte vacinal parece não ser suficiente para conter sua transmissão. Logo, não nos parece adequado simplesmente diferenciar eventos carnavalescos em espaços fechados daqueles realizados em áreas abertas. Infelizmente, isso significa que pode não ser seguro ter carnaval na Sapucaí, muito menos cortejos de blocos em espaços fechados", disse o vereador.

De acordo com Tarcísio, a decisão do prefeito Paes que cancelou o Carnaval de Rua e os desfiles da Intendente de Magalhães, mas manteve os desfiles na Sapucaí e os bailes em clubes e boates, provoca uma elitização da festa popular: "contraria o espírito democrático do carnaval em nossa cidade".

A solução proposta por Tarcísio para o Carnaval deste ano seria o adiamento da festa para o meio de 2022, quando é esperada uma melhora nos indicadores da pandemia no Rio e no Brasil. A decisão poderia reduzir o impacto financeiro do cancelamento em definitivo dos festejos. Dessa maneira, segundo o vereador, o prejuízo do cancelamento do carnaval deve "ser, ao menos, amenizado, e a festa poderá acontecer em toda a sua diversidade e força".

Nesta terça-feira, Paes já havia justificado a manutenção do Carnaval na Sapucaí. Para o prefeito, a festa na passarela do samba é mais fácil de controlar. A justificativa foi dada em live nas redes sociais da Prefeitura do Rio após encontro com a Associação Independente dos Bloco da cidade (Sebastiana).

"O carnaval de rua é diferente do carnaval do sambódromo. O carnaval de rua demanda um planejamento maior, são quase 500 blocos e o tempo é apertado para a tomada de decisões. Na Sapucaí, teremos o carnaval porque lá é mais fácil de fazer um controle de entrada", explicou Eduardo Paes.

A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) se manifestou sobre a proposta reforçando que os desfiles das escola de samba realizados no Sambódromo do Rio de Janeiro seguem mantidos, sem qualquer alteração. "O Carnaval está marcado de sexta-feira, 25 de fevereiro, à 1º de março, seguido pelo desfile das campeãs no dia 5", disse a liga, que também se compromete a seguir todos os protocolos sanitários impostos pela pandemia de Covid-19.
O posicionamento da Liesa em outras ocasiões, contudo, previa planos A, B e C, caso a pandemia estivesse novamente agravada. As opções, reveladas em agosto do ano passado, previam a festa com público reduzido para 70% e até uma versão mais drástica, em caso da volta do lockdown, com o espetáculo sem público e transmissão dos desfiles via internet.
A Liga Independente do Grupo A do Rio de Janeiro (Liga RJ) também foi procurada para falar sobre o adiamento, mas até o momento não se posicionou.