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Eduardo Paes descarta novas medidas restritivas apesar do avanço da Ômicron no Rio

O prefeito também pediu consciência da população carioca em relação à procura pela vacina nos postos de saúde: 'Se vacinem'

Paes e o secretário Daniel Soranz participaram da abertura do oitavo centro de atendimento a pacientes com síndrome gripal
Paes e o secretário Daniel Soranz participaram da abertura do oitavo centro de atendimento a pacientes com síndrome gripal -
Rio - O prefeito Eduardo Paes disse, na manhã desta sexta-feira, que não pretende impor novas medidas restritivas apesar do aumento de casos de covid-19, por conta da variante Ômicron, como o retorno da obrigatoriedade de máscara em espaços abertos. Paes ainda pediu consciência da população carioca em relação à procura pela vacina nos postos de saúde. As declarações foram dadas durante a inauguração do oitavo centro de testagem da cidade, no CIEP Nação Rubro Negra, no Leblon, na Zona Sul do Rio.
"Não vamos poupar recursos, mas entendemos que nesse momento é importante a vacina, teste e consciência coletiva. Quem não tomou a segunda dose para de acreditar em besteira e ouvir besteira e vai se vacinar. Quem pode tomar a terceira dose, vai também se vacinar. Eu vou estar elegível para a terceira dose a partir de domingo e na segunda eu tomo. É importante ter consciência, por exemplo, da utilização correta da máscara em ambientes fechados e que tenham aglomeração", disse o prefeito. 
Segundo Paes, o próximo passo é a abertura de novos postos de testagem contra a covid-19. "Precisamos desses pontos de testagens, porque as pessoas precisam saber se estão ou não com covid. Se a pessoa descobre que está positiva, ela já tem um atendimento médico inicial aqui e já sai com algum tipo de medicamento, o que facilita muito. A gente está vendo, graças a Deus e à vacina, menos casos graves, que não necessitam internação. Então é testar e ter o tratamento adequado", disse o prefeito ao 'Bom Dia Rio', da TV Globo, que completou:
"O secretário Daniel Soranz já está trabalhando para que se houver necessidade de hospitalização, internação, a gente ter a rede pronta para esse atendimento. Estamos num estágio da doença e também conscientes de que é muito difícil nesse momento impor medidas restritivas maiores, acho que o que a gente precisa é de muita consciência da população. Tava todo mundo usando a máscara, mas deram uma relaxada. Usem a máscara, se vacinem, tomem a dose de reforço, eu vou tomar a minha segunda-feira".
Os postos de testagem funcionam das 8h às 17h e atendem pessoas com sintomas como febre, calafrio, tosse, coriza, dor de garganta, dor de cabeça, alteração no olfato e/ou paladar. Os centros também realizam testagem para a covid-19, conforme indicação médica.
Até o momento, os cariocas contam com os sete centros inaugurados pela pasta, nas Vilas Olímpicas do Alemão e de Honório Gurgel, na Policlínica Manoel Guilherme da Silveira Filho, em Bangu, na Unidade Ambulatorial Almir Dulton, em Campo Grande, na Policlínica Rodolpho Rocco, em Del Castilho, no Parque Olímpico da Barra e no Clube do Servidor Municipal, na Cidade Nova, no Centro.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) informou, nesta quinta-feira, que 98,1% dos testes positivos de covid-19 feitos na cidade são da variante Ômicron. Ao todo, a cidade teve 4.794 casos confirmados do novo coronavírus só nas últimas 24 horas. Mesmo diante desse cenário, Paes afirmou que não pretende impor novas medidas de restrições, como o uso obrigatório da máscara em áreas ao ar livre. 
"Quando liberamos o uso da máscara em lugares abertos, eu percebi que as pessoas continuaram usando. Essa consciência coletiva é muito importante, porque não tem como a prefeitura fiscalizar 7 milhões de cariocas e todos aqueles que vem a cidade o dia inteiro. Isso é um processo de consciência coletiva. Os governos podem fazer muita coisa? Podem, mas essa é uma luta de todos nós. Temos as vacinas disponíveis nos postos e estamos abrindo esses pontos de testagens para que a gente possa ter mais rapidez na identificação dos casos".
Reforço na saúde
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, também esteve no evento e disse que a rede pública vai contar com o reforço de novos profissionais após 5.500 pessoas terem sido afastados por covid-19 desde dezembro.
"Não são só médicos afastados, são enfermeiros, profissionais de todas as categorias. Aproximadamente 20% da nossa força de trabalho foi afastada nos últimos 30 dias. Muitos já estão retornando às atividades. E a gente chamou 800 pessoas a mais do nosso banco para trabalhar na rede. Eles começaram esta semana. Na semana que vem, tem mais 400 profissionais entrando na rede para fortalecer a testagem e a vacinação", informou o secretário no 'Bom Dia Rio'.
Apesar dos dados alarmantes da presença da Ômicron, Soranz disse que a capital tem hoje menos de 30 pacientes internados em toda a rede de saúde. Mas caso haja necessidade de pessoas serem internadas, os hospitais estão preparados para recebê-las.
"Só o INI, da Fiocruz, tem capacidade para internar mais de 200 pacientes. Mas a gente tem o hospital de referência, que é o Ronaldo Gazolla, que tem 420 leitos. Felizmente, estamos vendo que a variante Ômicron não causa aumento de casos graves e internações, devido à alta cobertura vacinal que temos na cidade do Rio. A principal estratégia é vacinar, precisamos ter uma alta adesão á dose de reforço, porque a vacina protege, mas essa proteção vai caindo ao longo do tempo".
Vacinação das crianças
Nesta quinta-feira, Eduardo Paes publicou em sua conta oficial no Twitter o calendário de vacinação de crianças entre 5 e 11 anos na cidade do Rio. A partir do dia 17 deste mês até o dia 9 de fevereiro, serão três dias destinados para cada idade, sendo o primeiro para meninas de 11 anos, o segundo para meninos de 11 e o terceiro para repescagem.
"Eu tomei a decisão de não exigir negócio de receita, atestado médico pra vacinar. Obviamente também os pais vão ter que levar seus filhos pra se vacinarem. Nós aqui já divulgamos um calendário de quatro semanas. Nós temos capacidade pra fazer em uma semana. Estamos falando aí de 560 mil crianças nessa idade que vão se vacinar no Rio de Janeiro. Nós conseguiríamos fazer isso no período de uma semana. Estendemos pra quatro semanas pelo volume de chegada de vacina. Se acelerar a chegada de vacina, nós vamos acelerar também a vacinação das crianças", disse o prefeito, que acrescentou:
"Acho inaceitável que o maior líder político do nosso país esteja desestimulando as pessoas a não se vacinarem. Com todo respeito ao excelentíssimo presidente da República, nós precisamos que as crianças se vacinem. Não acreditem em teses delirantes, nós precisamos proteger nossas crianças".
Paes e o secretário Daniel Soranz participaram da abertura do oitavo centro de atendimento a pacientes com síndrome gripal Fabio Costa
Prefeitura abre oitavo centro de atendimento à pacientes com síndrome gripal no Leblon Fabio Costa / Agência O Dia
Prefeitura abre oitavo centro de atendimento à pacientes com síndrome gripal no Leblon Fabio Costa / Agência O Dia
Prefeitura abre oitavo centro de atendimento à pacientes com síndrome gripal no Leblon Fabio Costa / Agência O Dia