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Onda de covid no Rio afasta funcionários de 85% de bares e restaurantes no Rio

Conjuntura de chuvas, covid-19 e cancelamento do Carnaval de Rua prejudica os setore neste mês de janeiro

Tempo chuvoso e aumento de casos de covid-19 desaceleram turismo no Rio
Tempo chuvoso e aumento de casos de covid-19 desaceleram turismo no Rio -
Rio - A nova onda da variante ômicron na cidade do Rio de Janeiro pôs água no chope da retomada no fluxo de turismo e reaquecimento da economia em hotéis, bares e restaurantes da capital. Uma conjuntura de chuvas, covid-19 e cancelamento do Carnaval de Rua prejudica os setores neste mês de janeiro. Um levantamento da SindRio, sindicato de restaurantes e bares, aponta que 85% das empresas da capital estão com algum funcionário afastado pelo contágio nesta semana.
O presidente do Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro (HotéisRIO), Alfredo Lopes, diz que o turismo veio de uma boa ocupação hoteleira, no Réveillon, mas agora está em "banho-maria".
"As novas vendas de janeiro ficaram um pouco em banho-maria. Não só aqui como em outros estados. Temos muitas incertezas: chove torrencialmente nos estados emissores de turistas, a nova variante ômicron é muito contagiosa, além do cancelamento do carnaval de rua", elenca Alfredo Lopes. 
A ocupação hoteleira entre 30 de dezembro de 2021 e 1 de janeiro de 2022 teve média de 92% na capital, chegando a 95% nos bairros Leblon, Ipanema, Barra da Tijuca e São Conrado. Neste mês de janeiro, a maioria dos hotéis, segundo o HotéisRio, disse que não houve cancelamentos ou percentuais baixos. Mas, as vendas que vinham bem até 10 de dezembro, desaceleraram. Os pedidos continuam, mas sem confirmação, afirmou o sindicato.
"A rede hoteleira carioca não está registrando cancelamentos representativos quanto às reservas feitas para o Carnaval. O que está acontecendo é uma redução no ritmo de novas reservas para as próximas semanas do verão. A sociedade está em compasso de espera por conta da expansão dos casos de Covid-19. O mercado nacional reage rápido. Se o cenário fica incerto, as pessoas postergam seus projetos. Se o cenário se torna seguro, atraente, a resposta é rápida e o fluxo de viagens aquece", ressalta Alfredo Lopes.
Intensivos em mão de obra, bares e restaurantes também foram afetados pelo aumento de casos de covid-19 na cidade. Além dos trabalhadores afastados com atestado médico, os clientes também estão mais reclusos. O presidente do SindRio, Fernando Blower, explica que o setor funciona como um espelho da sociedade: aquece com o otimismo e desacelera com o pessimismo.
"Muitos clientes estão reclusos e com receio de sair. Houve diminuição bem expressiva no movimento desde semana passada. Esse cenário nos preocupa muito porque estamos vindo de dois anos de crise muito profunda e estamos muito longe de ter nos recuperado. O setor estava muito endividado, não estava faturando e ainda tinha uma caminhada longa de recuperação", afirma Fernando Blower.
Em comum, representantes da hotelaria, restaurantes e bares do Rio acham que não será necessária a adoção de medidas mais restritivas para o controle da pandemia na cidade. Ambos enxergam na vacinação a solução para o problema.
"A gente espera que não haja medidas restritivas. É a primeira vez que estamos melhor ao nos compararmos com outros países porque a gente conseguiu avançar bastante com a vacinação. Espero que todos estejam vacinados em muito pouco tempo", diz Blower.
Os hotéis, segundo Alfredo Lopes, continuam seguindo uma rotina rígida de protocolos sanitários preventivos para garantir a segurança dos hóspedes e da própria equipe.
"É importante ressaltar que o destino Rio está maduro. Mostrou responsabilidade no processo de condução do combate a essa pandemia. As decisões dos gestores públicos são orientadas por dados técnicos e científicos. Apresentamos uma excelente cobertura vacinal, entre as mais amplas do mundo. Então, mais que nunca, o desejo dos brasileiros de visitar e curtir o Rio de janeiro está preservado. Mais uma vez, enfrentamos um desafio e o venceremos", finaliza Alfredo.
Detran fecha postos
Por conta do aumento do número de casos de infectados com o vírus da covid-19, o Detran.RJ suspendeu o funcionamento de nove postos de atendimento no Estado. Segundo o órgão, os usuários que não conseguiram atendimento nestes postos poderão retornar às unidades em até cinco dias úteis, após a reabertura dos mesmos, sem necessidade de agendamento.