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Justiça russa autoriza extradição de Eduardo Fauzi

Eduardo Fauzi foi preso pela Interpol em Moscou, na Rússia, em setembro de 2020, suspeito de ataque à sede do Porta dos Fundos

Eduardo Fauzi
Eduardo Fauzi -
Rio - A Procuradoria-Geral da Rússia autorizou a extradição do economista e empresário Eduardo Fauzi. Ele, que está preso na Rússia, é acusado de arremessar coquetéis molotov para dentro do prédio onde funciona a produtora do grupo humorístico Porta dos Fundos, no Humaitá, na Zona Sul do Rio, em 24 de dezembro de 2019. A entrega da custódia de Fauzi à policiais brasileiros será feita no Aeroporto Internacional de Moscou. Caso os policiais brasileiros não planejem entrar em território russo, a entrega poderá ser feita dentro do avião, ou na escada da aeronave uma hora antes do voo. Ele vai ficar no presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte da capital fluminense.
Eduardo viajou para a Rússia cinco dias após o crime e está preso em Moscou desde setembro do ano passado por estar com o nome na Difusão Vermelha da Interpol. Investigadores afirmam que cinco pessoas participaram do crime e que Fauzi foi o único que fugiu com o rosto descoberto.
Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público do Rio alegou que o criminoso assumiu o risco de matar o vigilante, uma vez que ele poderia ser visto pelo lado externo do prédio atacado, tendo em vista que a porta de acesso ao mesmo era de vidro. Os promotores defendem que a vítima só não morreu porque teve pronta reação, conseguindo controlar o incêndio e fugir do imóvel, mesmo a portaria sendo pequena, com apenas uma saída.
Na época do atentado, o Porta dos Fundos era alvo de críticas em razão do lançamento do especial de Natal A Primeira Tentação de Cristo, na Netflix. A produção mostra um Cristo gay, interpretado por Gregório Duvivier, com um namorado. Um abaixo-assinado online chegou a pedir a retirada do programa da plataforma de streaming, sem sucesso. Ações judiciais também foram ajuizadas, mas decisões da Justiça do Rio e de São Paulo arquivaram os pedidos.
Dias após o ataque, Fauzi chegou a gravar um vídeo, divulgado nas redes sociais, em que chamou os humoristas de 'intolerantes' Na gravação, ele diz que 'quem fala mal do nome de Cristo prega contra o povo brasileiro'. "Esse é um crime de lesa-pátria. Eles são criminosos, são marginais, são bandidos", afirmou. Um grupo autodenominado 'integralista' também divulgou um vídeo reivindicando o ataque à produtora.