TCE-RJ suspende compra de câmeras para uniformes de policiais

Decisão foi tomada após uma das empresas participantes da licitação alegar irregularidades no certame

Parte do efetivo da PM fluminense já usa câmeras acopladas aos uniformes
Parte do efetivo da PM fluminense já usa câmeras acopladas aos uniformes -
Rio - O presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Rodrigo Melo do Nascimento, suspendeu a compra das câmeras de segurança para os uniformes dos policiais. A decisão foi tomada após uma das empresas participantes da licitação alegar irregularidades. O sistema chegou a ser testado por PMs durante o Réveillon de Copacabana.
De acordo com o grupo Radium Telecomunicações, houve irregularidades na formalização do edital do pregão eletrônico. No entanto, o TCE-RJ não explicou quais seriam esses erros.
Em nota, o Governo do Rio disse que vai apresentar nesta quinta-feira um pedido formal para que a suspensão seja reavaliada pelo órgão. O Estado ainda afirmou que recebeu "com surpresa a decisão e estranha não ter tido a oportunidade de apresentar suas considerações anteriormente".
Segundo o governo, a Radium Telecomunicações ficou em 5º lugar no certame "com um preço 245% mais caro do que o da vencedora".
Como foi a licitação
O pregão eletrônico para a compra dos equipamentos foi realizado no dia 21 de setembro, conseguindo alcançar um preço 70% mais baixo do que a média estimada inicialmente na fase de pesquisa de preços. O resultado só foi divulgado em novembro. A empresa vencedora foi a L8 Group, que apresentou a proposta de R$ 296 por unidade.
Na primeira fase de funcionamento, serão contempladas as secretarias de Polícia Militar, Polícia Civil, Governo (Segurança Presente e Lei Seca), Casa Civil (Operação Foco) e Fazenda (fiscais), além do Detran, Inea e Detro. Na segunda fase, será a vez do Procon, Instituto de Pesos e Medidas e Departamento de Recursos Minerais.
A instalação de câmeras portáteis foi estabelecida por decreto do governador Cláudio Castro e faz parte do projeto de transparência do Governo do Estado. Além de proteger os servidores em casos de falsas acusações, o uso do equipamento vai aumentar a transparência e a fiscalização das ações policiais. As imagens geradas em função de ocorrências poderão ficar armazenadas por até um ano.
Para ter acesso ao equipamento, o agente vai até uma central de recarga e armazenamento de imagens, onde é feita a leitura facial. Um compartimento se abre e a câmera portátil é retirada e colocada no uniforme do agente. A gravação se inicia automaticamente quando o equipamento é liberado, e a câmera filma 12 horas seguidas. As imagens geradas são passadas para uma nuvem e podem ficar armazenadas por até um ano. As câmeras não permitem edição e nem manipulação de imagens.
As câmeras operacionais portáteis são uma solução completa de videomonitoramento, englobando câmeras, acessórios de fixação, equipamentos de carregamento elétrico e descarregamento de vídeos e links de dados para transmissão das imagens. Também estão incluídos computadores e telas para o monitoramento remoto dos agentes, rede de dados para acompanhamento das imagens em tempo real e software de gestão das imagens, tudo com suporte, treinamento e garantia.
PMs usaram câmeras nos uniformes no réveillon de Copacabana
PMs usaram câmeras nos uniformes no réveillon de Copacabana Divulgação / Secretaria de Estado de Polícia Militar
PMs vão usar câmeras nos uniformes no réveillon de Copacabana
PMs vão usar câmeras nos uniformes no réveillon de Copacabana Divulgação / Secretaria de Estado de Polícia Militar