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Justiça determina afastamento de 25 servidores do Degase por maus-tratos e tortura

Após a realização fiscalizações na unidade, agentes do MP colheram elementos que demonstraram os métodos ilegais e truculentos usados para manter a ordem no local

Os nomes da vítimas e dos réus não foram divulgados e o processo segue em sigilo judicial
Os nomes da vítimas e dos réus não foram divulgados e o processo segue em sigilo judicial -
Rio - A Justiça determinou o afastamento de 25 servidores do Degase nesta quarta-feira (19). O pedido, feito pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), contra os servidores, que são acusados de maus-tratos e tortura contra adolescentes e jovens internos, foi atendido Justiça. Os nomes da vítimas e dos réus não foram divulgados e o processo segue em sigilo judicial.

Após a realização de diversas fiscalizações na unidade socieducativa, agentes do MP colheram elementos, confirmadas por relatos dos internos, que demonstraram os métodos ilegais e truculentos usados pelos servidores para manterem a ordem no local.

A representação feita contra os servidores destacava que 'o êxito da socioeducação depende da prática do respeito com o jovem, que apesar de estar privado de sua liberdade, ainda deve ter todos os seus direitos reconhecidos'. No entanto, mesmo com reconhecimento de tais direitos, a equipe do MP teria constatado que o cenário encontrado em uma das unidades de cumprimento de medida socioeducativa exatamente o oposto, com a imposição de castigos cruéis aos socioeducandos, acarretando graves violações aos direitos fundamentais dos adolescentes.
Procurado pelo DIA, o Degase ainda não se manifestou sobre a decisão da Justiça.
Escândalo de abusos sexuais em unidade do Degase

No ano passado, escândalos de abusos sexuais vieram à tona em uma unidade feminina do Degase na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. A juíza Lúcia Mothe Glioche, titular da Vara de Execuções de Medidas Socioeducativas do Rio, determinou o afastamento imediato de cinco agentes e do diretor da unidade socioeducativa feminina Professor Antônio Carlos Gomes da Costa.
Todos foram denunciados por suspeita de abusos sexuais contra adolescentes internas. Uma das vítimas tinha apenas 13 anos e outras duas internas ficaram grávidas dentro da unidade. Uma delas sofreu aborto espontâneo.
Em dezembro de 2021, um dos agentes acusado, Alisson Pires Barreto, foi preso preventivamente por estupro de vulnerável na unidade. A prisão aconteceu após um pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).