Pedido de prisão domiciliar feito por advogados de Monique Medeiros é negado pela Justiça

Professora e ex-vereador Dr. Jairinho são acusados de matar o menino Henry Borel, de 4 anos, em março do ano passado. Eles estão presos desde abril

Audiência caso Henry Borel, nesta terça (14), na foto Monique Medeiros, Reu.
Audiência caso Henry Borel, nesta terça (14), na foto Monique Medeiros, Reu. -
Rio - A defesa de Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, teve pedido de prisão domiciliar negado pela Justiça do Rio, nesta sexta-feira. De acordo com decisão da juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da Capital, a saída, mesmo que em local sigiloso, da companheira do ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, o Dr. Jairinho, não garantiria sua segurança. O casal está preso desde abril do ano passado, acusados da morte do menino.

"Não vislumbro como a prisão domiciliar, ainda que em local sigiloso, de conhecimento apenas desta magistrada, possa garantir a segurança da ré. Assim entendo porque, a uma, sendo ela um rosto conhecido nacionalmente – que, inclusive, vem sendo alvo de campanhas de ódio na internet – sua entrada ou saída de qualquer local seria, inevitavelmente, de conhecimento do público e, na sequência, também da imprensa", avaliou a magistrada.

A juíza também disse que é dever do Estado garantir a segurança da acusada dentro da penitenciária também elencou a desobrigação do Estado de garantir a segurança da acusada.

"O Estado não só tem o dever, como tem o aparato para garantir a segurança de seus detentos, especialmente quando o juízo está fortemente empenhado em garantir a integridade da ré, e já começou a adotar medidas nesse sentido, sem embargo de outras que se seguirão. Por tais razões, indefiro o pedido de prisão domiciliar”, disse.

Apesar de ter negado, a juíza determinou que o Instituto Santo Expedido informe, onde Monique aguarda por condenação, comunique o número de detentas que a acompanham na mesma cela. A decisão também indeferiu pedido da defesa para o desmembramento do processo de Monique e do Dr. Jairinho. Na demanda, a defesa também pediu o sigilo nos autos.

"Não vislumbro, no caso, qualquer vantagem que o desmembramento possa trazer ao procedimento, muito menos para a segurança da ré. Quanto ao segredo de justiça, é de se notar que, como bem expõe o Ministério Público, os dados que pretende a defesa proteger já foram amplamente divulgados", pontuou a juíza.
Monique e Jairinho estão presos desde o dia dia 8 de abril de 2021. O então casal foi acusado pela morte do filho de Monique, Henry Borel, de 4 anos. Investigações feitas à época constaram que a criança morreu por conta de agressões do padrasto e pela omissão da mãe. Um laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) identificou 23 lesões por "ação violenta" na madrugada em que a morte do menino foi constatada, no Hospital Barra D'Or.