Decreto da prefeitura promove atividade das 'Baianas do Acarajé' Patrimônio Cultural Imaterial

Programa 'Baianas do Rio de Janeiro' vai promover o comércio ambulante de comidas tradicionais

Prefeito assinou decreto ao lado de líderes do comércio tradicional promovido pelas baianas
Prefeito assinou decreto ao lado de líderes do comércio tradicional promovido pelas baianas -
Rio - O prefeito Eduardo Paes assinou, nesta quarta-feira, um decreto que institui o programa "Baianas do Rio de Janeiro". Lançado no Dia Municipal da Baiana do Acarajé, a nova regra prevê a promoção ao comércio ambulante feito pelas baianas como uma atividade representativa do Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A medida deve atender a uma série de regras para preservar o negócio tradicional e visa também desburocratizar as licenças de trabalho. 
"A gente faz questão de que essa diversidade do Rio de Janeiro e que as diferentes manifestações culturais da cidade se sintam confortáveis e tranquilas nessa cidade. Se não era suficiente o decreto que fizemos lá atrás, que bom que agora estamos estruturando totalmente", disse o prefeito do Rio.
O programa será gerido pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e vai atender as quituteiras que, de forma autônoma, profissionalizada e de modo tradicional, produzem e vendem, em tabuleiros, exclusivamente comida típica baiana. 
Chamadas de comidas de tabuleiro, as iguarias feitas com azeite de dendê como acarajé, mingau, beiju, cocada, pipoca, bolos tradicionais, passam a ser patrimônio imaterial conforme procedimentos registrados no Livro dos Saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A medida tomada pela Prefeitura do Rio reconhece o ofício das Baianas do Acarajé e evita que a tradição perca espaço dentro da diversidade cultural do país. "Facilita a vida delas junto a outros órgãos da Prefeitura, abre portas para elas serem incluídas em políticas públicas e entrarem em leis de incentivo e editais", destacou o secretário de Cultura, Marcus Faustini.
Para Rosa Perdigão, coordenadora nacional da Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (ABAM), a medida vai minimizar as pendências e burocracias sentidas pelas baianas desde 2017.
"Vencemos uma luta, porém continuamos na batalha! Comemoramos as conquistas mas necessitamos desta visibilidade e amparo na preservação do ofício das baianas de Acaraje. Estamos cansadas dos descasos e intolerâncias. No ano de 2021, foram quatro registros na DECRAT. Eu não quero admitir isso com naturalidade. Somos as primeiras mulheres empreendedoras do Brasil! Somos história, cultura é legado ancestral", avaliou Rosa.
Segundo ela, as baianas não são religião e que também existem profissionais que trabalham com as comidas de tabuleiro mas são evangélicas, por exemplo. "Temos na Associação baianas evangélicas que se caracterizam. Independente de ela ter a religião de matriz africana ou não, ela é Baiana de Acarajé", comenta Rosa.
 
Prefeito assinou decreto ao lado de líderes do comércio tradicional promovido pelas baianas
Prefeito assinou decreto ao lado de líderes do comércio tradicional promovido pelas baianas Divulgação
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Prefeito assinou decreto ao lado de líderes do comércio tradicional promovido pelas baianas Divulgação