Na tarde do dia 5 de janeiro de 2019, o policial Daniel Henrique Mariotti, 30 anos, estava em patrulhamento de moto na Linha Amarela quando tentou impedir um assalto. Baleado na cabeça, ele morreu poucas horas depois. No grupo de criminosos estava William Souza Guedes, que era chamado de Chacota, mas mudou o apelido para Corolla. Passados três anos, ele ascendeu à chefia da favela de Manguinhos, na Zona Norte, proibindo exatamente o que fazia: roubos.
"De Chacota virou Corolla e quer ser, agora, conhecido como Robin Hood, ou seja, se for para roubar é para distribuir dentro da favela", afirmou um morador. Robin Hood é um rebelde lendário, que roubava de autoridades e distribuía aos pobres. No entanto, para a polícia, essa seria só uma forma de conseguir a simpatia de moradores. "Não podemos esquecer o que ele é: um assassino, traficante, ladrão. Herói foi o policial que estudou, passou um concurso e deu sua vida pela sociedade tentando evitar um assalto", disse um investigador.
Em uma ação recente, no seu aniversário, no dia 20 de fevereiro, ele fez uma festa aberta a todos da comunidade, com queimas de fogos. E, em vez de receber presentes, optou por doar cestas básicas aos moradores. A fila chegou a ter mais de dois quilômetros de extensão, e foi retratada nas redes sociais.
Ao mesmo tempo, gosta de ostentar, como a maioria dos narcotraficantes. Em bailes, costuma usar um cordão de brilhantes com o símbolo da marca dada a um de seus apelidos.
Corolla chegou à chefia da favela após o traficante conhecido como Choque ter sido retirado por se opor à reduzir os roubos como forma de não atrair ações policiais.
Além do mandado de prisão pela morte do PM, Corolla tem outros mandados pendentes por roubo e tráfico.

