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Disparos por causa de vassoura

Vigia de posto de saúde em favela de Belford Roxo estava com o objeto nas mãos quando foi morto durante uma operação policial

Parentes e amigos protestaram durante o enterro de Fábio Tavares em São João de Meriti
Parentes e amigos protestaram durante o enterro de Fábio Tavares em São João de Meriti -

'Meu irmão foi abrir o portão do posto de saúde e estava com uma vassoura na mão que foi confundida pelos PMs com um fuzil". O desabafo é de Rosenir Tavares, 48 anos, que exigiu justiça ontem no enterro do vigia Fábio Tavares da Silva, 42. Ele foi baleado durante operação policial terça-feira na Favela do Guacha, em Belford Roxo.

Inconformada, a família diz que o vigia não era bandido. Além do posto de saúde, ele também trabalhava numa escola municipal. Em nota, a PM chegou a informar que dois suspeitos foram feridos em confronto e foram apreendidos um radinho e duas pistolas.

"Eu contei sete disparos no corpo do meu irmão. Os policiais têm que pagar pela incompetência e pelo que fizeram", desabafou Rosenir, afirmando que Fábio teve o corpo amarrado por uma corda e arrastado até o caveirão.

Filho de uma família de 11 irmãos, Fábio morava ao lado do posto, na Guacha, e cuidava dos pais de 72 e 75 anos, que tiveram AVC. Casado, ele deixou duas filhas de 12 e 16 anos. Havia comprado uma casa própria há dois anos e estava a um ano de quitar o imóvel. Ele planejava comprar outra para morar ao lado dos pais.

Dois PMs do 39º BPM (Belford Roxo) são apontados pela família como os autores dos disparos. Os parentes marcaram uma manifestação para hoje na Av. Automóvel Clube. A Polícia Civil investiga o caso.