Mais Lidas

Gritos e lágrimas por justiça

Família diz que lutador de jiu-jitsu foi morto por PMs em Cordovil e teve corpo jogado em um valão

Em uma manifestação, Caroline Camargo, irmã do adolescente, segura a camisa que ele vestia no momento em que foi baleado
Em uma manifestação, Caroline Camargo, irmã do adolescente, segura a camisa que ele vestia no momento em que foi baleado -

Moradores protestaram ontem contra a morte de Cauã da Silva Santos, de 17 anos, em Cordovil. A família acusa PMs de o matarem com um tiro no peito e de jogadorem seu corpo num valão da Favela do Dourado. Três ônibus foram incendiados. A Polícia informou que os policiais foram afastados do serviço e que investiga o caso. 

Cauã saía de um evento no Centro Esportivo Resgate, projeto social da associação de moradores, na noite de segunda-feira, quando teria sido encurralado pelos agentes num beco com outros adolescentes, que conseguiram fugir. Moradores afirmam que não havia confronto com bandidos e só os policiais atiraram. 

Cauã era faixa laranja de jiu-jitsu e participaria de um campeonato mundial de luta livre no próximo sábado. Ele também trabalhava num ferro-velho e planejava se alistar no Exército para seguir a carreira militar.

A PM informou que instaurou um inquérito policial-militar. A perícia da Polícia Civil analisa se há fragmentos de bala no corpo de Cauã para fazer um confronto balístico com as armas dos policiais do 16º BPM (Olaria). Inicialmente, a PM informou que agentes faziam policiamento na Rua Antônio João quando foram atacados e houve confronto. Uma segunda nota disse que os policiais seguiram até um valão onde criminosos haviam pulado durante a fuga. No local, eles apreenderam uma pistola e três carregadores e souberam que um homem baleado deu entrada no Hospital Getúlio Vargas.