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Delegado diz em juízo: Flordelis foi a mentora

Policial detalha investigação que levou ex-deputada à prisão

Durante interrogatório ontem no Fórum de Niterói, o delegado Allan Duarte Lacerda, que concluiu o inquérito do assassinato do pastor Anderson do Carmo, afirmou que a viúva, a ex-deputada federal Flordelis, foi a mentora do crime. "Foi por iniciativa da Flordelis. Ela foi a mentora", disse o policial.

O delegado foi a segunda testemunha ouvida pelo júri ontem diante de quatro réus. Ele também falou sobre o envenenamento do pastor.

"Foram encontrados sites de busca em alguns celulares apreendidos, pesquisas por cianeto e arsênio. Nós fizemos buscas em hospitais da região. (...) Esses exames foram submetidos a perícias e apontavam que todos os sinais apresentados por eles naquela ocasião eram compatíveis com uso de veneno", detalhou o delegado.

Ainda conforme Lacerda, no inquérito foi possível concluir que a autoria intelectual é atribuída a Flordelis e os demais envolvidos teriam contribuído com ela para esse objetivo. "Foram feitas diversas tentativas de atingir esse ato. Algumas com assassinos de aluguel e outras com envenenamento", contou o delegado.

O delegado lembrou ainda sobre um desentendimento de Anderson e Carlos Ubiraci (filho afetivo de Flordelis), que também será julgado. A briga teria acontecido após corte do plano de saúde da família de Carlos. O pagamento, com dinheiro de Flordelis, era gerido por Anderson, "o cérebro, o gestor financeiro da família". 

Ontem também depôs Luana Pimenta, mulher de Wagner Pimenta, o Misael, filho da pastora. Ela lembrou de conversas com Flordelis em que a ex-deputada conta que esperava que o pastor fosse morrer "até o fim do ano". A conversa teria acontecido nos momentos em que a ex-deputada desabafava com Luana, no gabinete da pastoral da pastora, na sua igreja.

"Ela falava que ele ia morrer. Que ele ia ser levado. Deus falou que vai levar ele. Ela me falou inclusive: 'Até o final do ano Deus vai levar ele'."

Luana também contou que, semanas antes do crime, ele teria comentado com ela e com Mizael que estavam planejando matá-lo. Ela disse que, assim que soube da morte, já sabia que Flordelis era a mandante. "Ela tentou dizer que ele (Anderson) fez isso, abusava das crianças, mas a gente sabia que isso não acontecia", contou.

A sessão de julgamento da ex-deputada, de sua filha biológica Simone dos Santos, da neta Rayane dos Santos e da filha afetiva Marzy Teixeira será no próximo dia 9.