Mais Lidas

cante o samba

Deu meia-noite no pátio do terço

O velho endereço de novos tambores

À meia-noite, vestido nas cores da grande nação

No baque virado, remanso das dores

Ecoam clamores por libertação

A escuridão… acorda o silêncio, acende a paz

É o vento de Oyá que evoca Egum

São meus ancestrais sob o axé de Olorum, Ê Luanda, Luandê

O Ilê da minha raça

Sem corrente nem mordaça

Que prenderam o passado

Ê Luanda, Luandê

Frente à igreja do Rosário

Não há culto proibido

Nem há Deus escravizado

Chama Dona Santa, o espelho de Badia, pra ver Maracatu estremecer a sacristia

Ora iê iê, ora iê iê

Como é bonito, minha mãe, seu abebe

O baque estanca no terço

O chão parece um altar

Clareia, clareia…

É Loa de povo preto

É lua pra vadiar

Vadeia, deixa vadiar…

Onde a nossa voz é estandarte

Eu forjei a minha arte

Na justiça de Xangô

Fé reprimida, vidas perdidas

A noite infinda no axé Nagô

Oyá igbalé Oyá

Sou eu a voz dos inocentes

Oyá eparrei Oyá

A alma preta se faz presente