Tempo, misterioso tempo
Vazio, silêncio, na escuridão
Tempo, voz, ensinamento
Iggiolorum, raiz da criação
Tronco que preserva a vida inteira
Ninho para oxorongá
Guardião do axé, a gameleira
Iroko é quem tira, Iroko é quem dá
Ae, ae, orixá, ero
Da vamunha senhor, orixá, ero
O vento sopra, a folha vira
O ramo sagrado, a seiva da vida
Poderoso dono dos caminhos
Galho protetor do sassayin
Feito palha cobre o mal
com sua rama
Desaluba se faz sombra
E aos seus pés o axexê
decreta o fim...
Brilha o arco-íris que lhe abraçou
Floresce então ao pôr do sol o verdadeiro amor...
Ó, tempo, ouça meu clamor:
Conceda aos seus filhos o perdão
E ao reluzir o opaxorô...
Seu povo pede salvação!
Bato cabeça, sou filho de fé:
Iroko axé! Irokokisselé!
No ilê Padre Miguel,
aprendi fazer o bem:
É tempo de xirê
no terreiro da Vintém!