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cante o samba

Eu ainda era menino

À luz de um nobre destino

O dom de tocar corações

E você era menina, suspirando poesias

Entre versos e estações

Quando a mão do grande professor

Nosso caminho em ouro enfeitou

Fui da ribalta à Avenida

Você tão linda foi cenário de amor (lá, lá, lá, lá, lá, lauê)

Fiz da orquestra da folia

O manequim das fantasias

Que João noutro tempo rasgou

Pega na saia rendada pra ver o que eu vi!

Espelho da raça encarnada Xica e Zumbi!

E descobrir novos Brasis na identidade

Canta, Salgueiro, ô, salve a Mocidade!

Lembro que o Imperador

Me levou pra ser rei em sua Assíria

Amanheceu e nós dois

Fomos uma só voz no altar da Bahia

Brilhei neste palco iluminado

Dancei sabiá cantou meu apogeu

Numa derradeira serenata

Sonhei com Dalva e fui morar com Deus

Seu samba nascendo no morro

Ecoa do povo e ressoa no céu

Desperto em seus braços de novo

No mais belo traço da flor no papel

Se a saudade é certeza

Um dia a tristeza será cicatriz

Eterna seja! Amada Imperatriz!

Vem me encantar!

Volta pro seu lugar!

Seu manto é meu bem-querer

E lá do alto o Pai Maior mandou dizer

Quem viveu pra te amar, seguirá com você